O governo chinês ordenou, nesta sexta-feira, dia 24, o fechamento do consulado dos Estados Unidos na cidade de Chengdu, apenas três dias depois que Washington fechou o consulado da China em Houston, sob acusação de espionagem. Funcionários teriam sido vistos roubando arquivos de inteligência americana durante incêndio na base.
O Ministério das Relações Exteriores do governo chinês declarou em comunicado que a decisão se trata de “uma resposta legítima e necessária às medidas irracionais dos Estados Unidos”. Mas o órgão não informou se houve acusações específicas contra a missão dos EUA em Chengdu. O ministério também não especifica quando a representação diplomática será fechada. No caso de Houston, o governo Donald Trump deu aos diplomatas chineses 72 horas para saírem.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse na quinta-feira que o consulado chinês em Houston era “um centro de espionagem chinesa” e de “roubo de propriedade intelectual”.
“A situação atual nas relações sino-americanas não corresponde aos desejos da China, e os Estados Unidos são inteiramente responsáveis por isso”, denunciou o governo chinês, pedindo ao governo americano que “crie as condições necessárias para que as relações bilaterais voltem à normalidade”. Mas, se as acusações de Mike Pompeo forem comprovadas, a “normalidade” das relações, da qual fala a China, é de clara desonestidade para com os Estados Unidos.
A tensão crescente entre os países aumentou ainda mais nos últimos dias, já que o governo comunista chinês está descumprindo acordos de respeitar a liberdades individuais dos cidadãos de Hong Kong, cidade considerada um paraíso livre dentro do regime. Como posse dos britânicos até 1997, Hong Kong foi cedida à China desde que o autoritarismo não avançasse sobre a região. Que o mundo fique de olhos bem abertos para a nova Guerra Fria. É como nos nomes dos filmes de James Bond: “007 – O inimigo agora é outro”. Sai Rússia, vem China, e a guerra ainda é a mesma.