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Preso homem que se dizia cantor sertanejo e aplicou golpe em 26 mulheres

Última atualização 15/12/2023 | 14:36

Um homem de 42 anos suspeito de estelionato sentimental foi preso manhã desta sexta-feira, 15, dentro da Operação Eros, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 26ª DP (Samambaia Norte). O indivíduo estava sob investigação devido à prática de dezenas de crimes. Ele se apresentava como cantor sertanejo para aplicar golpes em mulheres.

No total, foram identificadas 26 vítimas; a maioria no Distrito Federal e em outros estados, especialmente em Goiás, com um prejuízo material superior a R$ 500 mil. Um mandado de prisão preventiva e outro de busca e apreensão foram cumpridos, ambos expedidos pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Samambaia/DF.

O investigado tinha como alvo principalmente mães solteiras entre 30 e 45 anos, com estabilidade financeira, porém emocionalmente fragilizadas. Com elas, estabelecia diálogo, conquistando a confiança das vítimas. Ele as enganava com promessas de amor, levando-as a realizar atos que resultavam em prejuízos financeiros.

A investigação, iniciada com cinco vítimas, revelou um modus operandi consistente. Logo nos primeiros encontros, o autor começava a pedir benefícios financeiros (empréstimos em valores) ou se apropriava de bens das vítimas, sempre sob a promessa de que restituiria, em valores, nos próximos dias.

A narrativa era a de que ele teria valor a receber, em suposto acerto trabalhista, ou da venda de algum imóvel, ou de lucro auferido com a suposta empresa/loja que ele iria abrir em breve.

Após ser cobrado pela quitação da dívida, ou até mesmo sem nenhuma cobrança por parte das vítimas, o homem se tornava agressivo, ameaçando-as e ofendendo-as moralmente, como forma de intimidá-las para que não registrassem ocorrência policial ou prosseguissem na persecução penal.  Em seguida, ele criava novos perfis nas redes sociais para alcançar novas vítimas.

O homem responderá por crimes como estelionato, apropriação indébita, coação no curso do processo e furto, podendo enfrentar uma pena de até 18 anos de prisão. A ação policial ocorreu em Águas Claras.

O dito cujo

O suspeito se apresentava como o cantor sertanejo Wagner Santos Oliveira, também conhecido como Wagner Luno, mas esta não é sua verdadeira identidade, preservada pela polícia. Ao conseguir marcar encontros presenciais, o cantor golpista se envolvia com as mulheres e demonstrava ser um homem romântico, com objetivo de casar e constituir família.

Além de aplicativos de namoro, o suspeito também usava perfis no Instagram, plataforma em que criou contas diferentes. Em uma delas, ele dizia ser cantor. Em outra, dizia ser empresário no ramo do agronegócio e pai de duas filhas. Ele também mantinha um canal no YouTube em que se apresentava como Wagner Luno, e postou apenas dois vídeos, todos cantando músicas de outros cantores com nome consolidado no sertanejo.

Só prejuízo

De acordo com o delegado Gleyson Mascarenhas, muitas não denunciaram o caso por medo ou vergonha.

Uma delas chegou a fazer um empréstimo bancário para ele, com um prejuízo de R$ 9.280 (com os juros). Outra mulher disse que o golpista utilizou seus dados, sem a sua autorização, para pegar um empréstimo no valor de R$ 12 mil. Relatou ainda que, após pressão psicológica, aceitou financiar um veículo Fiat Siena, em 36 parcelas de R$ 816, mas nunca recebeu o valor.

Outra vítima disse que emprestou o valor de R$ 21,5 mil para o golpista. Outra mulher disse que ele a convenceu a passar o cartão de crédito em uma loja a fim de que ele sacasse o valor de R$ 7 mil. A mesma vítima disse que ele financiou um veículo Fiat Cronos utilizando os seus dados e sem a sua autorização, e deixou um prejuízo de mais de R$ 130 mil (com os juros do financiamento).

Houve diversos outros prejuízos para as vítimas em virtude de compras de produtos, dentre os quais da Hinode, que ele divulga em suas redes sociais.

 

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