Homossexual morre no dia do casamento em Anápolis

O empresário que foi ameaçado ao anunciar o casamento gay pela internet morreu em Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, no dia marcado para o casamento. Saulo Rodrigues Lopes tinha 37 anos e sofreu uma parada cardiorrespiratória após ser internado por Covid-19. O noivo de Saulo, Rafael Ferreira Luiz, disse que seu parceiro teve a doença no início deste mês e seu pulmão estava 60% danificado. Sua condição piorou na semana passada e foi internado na unidade de terapia intensiva.

“No sábado ele falou que não conseguiria cumprir a promessa que ele me fez, que era casar, e que ele não estava aguentando mais. No domingo, que era para ser nosso casamento, ele foi intubado. Ele faleceu no horário que estaria entrando na cerimônia, às 16h, estava no convite”, explicou Rafael ao G1.

Como o empresário morreu de Covid-19, não teve velório aberto ao público, houve um cortejo às 13h desta segunda-feira (19), com saída do hospital até o cemitério Park de Anápolis. O sepultamento estava previsto para as 14h.

Ameaças de morte

Saulo e o noivo registraram um boletim de ocorrência em maio deste ano, denunciando mensagens de um perfil fake, com o nome do casal, dizendo que eles iriam morrer. Em junho, a loja de produtos importados que pertencia aos dois foi furtada e eles tiveram prejuízo de cerca de R$ 30 mil. Eles acreditavam que o furto foi praticado pelas mesmas pessoas que os ameaçavam.

“Vocês vão morrer. Vocês são uma vergonha para a cidade. Seus gays nojentos… Isso é falta de porrada na cara”, escreveu o perfil fake.

“Causa muito medo. A gente não sabe o que pode chegar a levar isso. Não estamos saindo de casa. Chegamos a pensar em até desistir do casamento, mas vamos lutar e vencer isso”, disse Saulo ao G1, à época.

De acordo com a Polícia Civil, o inquérito está em andamento e depende de medidas judiciais representadas. Como o empresário morreu de Covid-19.

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Policial Militar é indiciado por homicídio doloso após atirar em estudante de medicina

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que as câmeras corporais registraram a ocorrência. O autor do disparo e o segundo policial militar que participou da abordagem prestaram depoimento e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. A investigação abrange toda a conduta dos agentes envolvidos, e as imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
O governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, lamentou a morte de Marco Aurélio por meio de rede social. “Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, e a polícia mais preparada do país, e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos,” disse o governador.
 
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva, avalia que há um retrocesso em todas as áreas da segurança pública no estado. Segundo ele, discursos de autoridades que validam uma polícia mais letal, o enfraquecimento dos organismos de controle interno da tropa e a descaracterização da política de câmeras corporais são alguns dos elementos que impactam negativamente a segurança no estado. O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço aumentou 84,3% este ano, de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 313 para 577 vítimas fatais, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) até 17 de novembro.
 
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) do MPSP faz o controle externo da atividade policial e divulga dados decorrentes de intervenção policial. As informações são repassadas diretamente pelas polícias civil e militar à promotoria, conforme determinações legais e resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

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