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Hong Kong: “o paraíso democrático” da China que vê suas liberdades ameaçadas

Sob o pretexto da “Lei de Segurança Nacional”, a ditadura Chinesa prendeu, nesta quarta-feira, 6, em Hong Kong, cerca de 50 ativistas pró-democracia, em uma das maiores operações contra os críticos do governo que já aconteceram na região, conhecida por ser uma administração “especial” da China.

E por quê? Porque até 1997, Hong Kong ainda era colônia da Inglaterra. Após um século e meio de domínio britânico, conquistado após a Guerra do Ópio, a ilha capitalista era “devolvida” à China comunista .O acordo de devolução (handover) foi firmado por dois nomes fortes na polícia do século XX: Margareth Tatcher e Deng Xiaoping, em 1984.

Na ocasião de entrega, 13 anos depois, o presidente Jiang Zemin prometeu honrar o acordo de devolução, que tinha uma condição: preservar a liberdade de Hong Kong, não avançando com o regime sobre o território, e conservando o sistema capitalista pelos próximos 50 anos, ou seja, até 2047.

Seis HORAS após a inauguração da entrega de Hong Kong, a China já aprovava as primeiras leis que limitavam as liberdades civis na região. De madrugada, o novo governador já prestava continência ao líder comunista chinês, mas Tony Blair, primeiro ministro britânico, e a secretária de estado americana, Madeleine Albright, conseguiram boicotar o ato.

Desde então, a luta pela liberdade no “paraíso livre” da China tem se acirrado a cada dia. Os ativistas presos nesta quarta, muitos deles políticos, como ex-parlamentares, tentaram conseguir maioria pró-democrata nas eleições legislativas de 2020 (onde apenas metade dos assentos podiam ser escolhidos pelo povo). Mas autoridades de Pequim alegaram que fazer campanha popular pela maioria no parlamento (o que nunca aconteceu) era “subversão”.

Depois dos fatos de hoje, a União Europeia exigiu a libertação imediata dos opositores do regime, e ameaçou impor sanções comerciais ao país, que intervém com “mão firme” num território que, na teoria, é “autônomo”.

Imagem: Polícia dispara gás lacrimogêneo contra multidão para dispersar manifestantes contra a lei de segurança nacional em 1 de julho de 2020 (Reuters)