Última atualização 10/09/2023 | 12:58
Novos documentos disponibilizados por instituições católicas apontam que igrejas de Roma, na Itália, abrigaram ao menos 3.600 judeus que fugiam do nazismo durante a Segunda Guerra. A informação foi assinada pelo Pontifício Instituto Bíblico em Roma, pela Comunidade Judaica de Roma e pelo Yad Vashem, memorial oficial de Israel que homenageia as vítimas do Holocausto.
Nos documentos, divulgados nesta quinta-feira, 7, pesquisadores das três instituições encontraram mais de 3 mil nomes de pessoas de origem judaica que teriam sido abrigadas por 100 congregações de mulheres e outras 55 de homens. O anúncio foi realizado durante uma conferência no Museu de Shoá, próximo à Grande Sinagoga de Roma.
A lista com nomes era considerada como desaparecida após uma divulgação realizada pelo historiador italiano Renzo de Felice em 1961. “A lista redescoberta recentemente menciona mais de 4.300 pessoas, dentre as quais 3.600 são identificadas pelo nome”, consta do comunicado. “A comparação com os documentos mantidos no arquivo da Comunidade Judaica de Roma indica que 3.200 certamente eram judeus.”
“Destes [3.200] sabe-se onde estavam escondidos e, em certas circunstâncias, onde viviam antes de serem perseguidos”, continua o texto. “A documentação, portanto, eleva significativamente a informação sobre a história do resgate de judeus no contexto das instituições católicas de Roma.”
Os nomes não serão revelados como forma de proteger a privacidade dos envolvidos e dos descendentes.
Ocupação nazista em Roma
A capital italiana foi ocupada por Nazistas durante os anos de 1943 e 1944. Neste período, cerca de 2.000 judias e judeus – dos 10.000 que viviam na cidade – foram deportados e assassinatos no Holocausto. Em relação aos italianos, os nazistas tiraram a vida de 8.000 judeus que moravam no país.