Pelo menos duas vítimas fatais e outras nove pessoas ficaram feridas durante um incêndio que ocorreu em uma boate na cidade de El Coca, localizada na região leste do Equador. As autoridades classificaram o incidente como mais um “ato de terrorismo” em um país marcado pela violência e atualmente sob estado de exceção.
O incêndio teve início por volta das 22h de quarta-feira, dia 10, no horário local (00h de quinta-feira no Brasil), conforme relatado pelo jornal equatoriano El Telégrafo. As chamas se propagaram, afetando pelo menos 11 edifícios nas proximidades. Até o momento, os responsáveis pelo ato criminoso não foram identificados, e investigadores estão em busca de pistas para esclarecer o ocorrido.
“Unidades policiais foram direcionadas imediatamente ao local para recolher provas e localizar os envolvidos”, escreveu a polícia, por meio do Twitter/X, informando sobre o incidente. Vídeos compartilhados nas redes sociais exibem a boate em chamas, com labaredas e a coluna de fumaça visível a vários quarteirões de distância.
A polícia afirmou que o incêndio foi classificado como um ato de terrorismo. No entanto, permanece incerto como a corporação chegou a essa conclusão antes do término das investigações. Caso seja confirmado o envolvimento de grupos criminosos, o número de mortes na atual crise de violência atingiria a marca de 15.
Dias de pânico
O país enfrenta dias de pânico e terror desde o anúncio do governo sobre a fuga do líder da principal quadrilha do país da prisão. Na terça-feira, 9, o presidente Daniel Noboa assinou um decreto reconhecendo um “conflito armado interno” e ordenou ações para “neutralizar” 22 grupos criminosos.
Ao declarar estado de exceção na segunda-feira, Noboa afirmou que a medida permitiria que as Forças Armadas atuassem em conjunto com a polícia na guerra contra as gangues. O presidente também impôs um toque de recolher, proibindo os equatorianos de saírem de casa das 23h às 5h pelos próximos dois meses. Entretanto, o incêndio com vítimas na boate sugere que a medida pode estar sendo desrespeitada.
Diante da crise, soldados das Forças Armadas patrulham as ruas em veículos blindados. Segundo dados divulgados pela polícia nesta quarta-feira, pelo menos 70 pessoas suspeitas de envolvimento em ações criminosas foram presas em todo o país. O Snai, órgão responsável pela administração de presídios do país, relatou que 125 guardas e 14 funcionários administrativos estavam sendo mantidos reféns nos presídios.
Os presídios equatorianos têm enfrentado conflitos frequentes nos últimos anos, com motins e confrontos resultando em dezenas de mortes e sequestros de agentes de segurança. O atual surto de violência intensificou-se após a fuga de Fito, líder da facção Los Choneros, que foi apontado como um dos principais suspeitos no ainda inconcluso assassinato do presidenciável Fernando Villavicencio no ano passado.
Confira o vídeo das chamas em boate do Equador:
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