Intervenções estéticas aumentam entre a terceira idade

Até 2050 o planeta deve chegar a 2 bilhões de habitantes com idade superior a 60 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil conta hoje com cerca de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que equivale a 14% da população total do País, segundo o Ministério da Saúde. A expectativa de vida do brasileiro subiu para 75,5 anos conforme último Censo Demográfico 2022 do IBGE.

Envelhecer bem. Essa é a meta de grande parte da população que se enquadra na terceira idade. Com aumento da expectativa de vida do brasileiro, o desafio não é apenas viver mais, mas viver melhor. E uma série de fatores estão envolvidos para se chegar à tão almejada meta, entre eles se alimentar de forma saudável, dormir melhor, fazer exercícios, cuidar da mente e, a novidade, investir em estética.

Acima dos 60 anos de idade, além dos cuidados com a saúde física, a cirurgia plástica aparece como fator de impacto positivo no emocional. Segundo último levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2018, o número de procedimentos entre idosos chegou à 6,6%, com tendência ao crescimento, frente a 5,4% em 2016. Anualmente, 80 mil cirurgias plásticas são realizadas em idosos.

De acordo com o médico cirurgião plástico Hugo Santos, entre a faixa etária há maior procura por cirurgias de rejuvenescimento facial, como a blefaroplastia e ritidoplastia ou lifting facial. Além disso, as abdominoplastias e mamoplastias redutoras fazem parte das escolhas nos centros estéticos.

“Os procedimentos têm como finalidade, por exemplo, a remoção do excesso de pele na região das pálpebras; elevação e reposicionamento da face além da melhora da papada e contorno do pescoço. Em outros casos, como a abdominoplastia e mamoplastia redutora, há intervenção mais a fundo no corpo, com remoção do excesso de pele e gordura no abdômen ou redução do tamanho e o volume das mamas, essa sendo mais comum entre mulheres”, enumera o especialista.

Hugo Santos avalia que os procedimentos, nessa faixa etária, fortalecem positivamente a relação que o paciente tem consigo mesmo. “É um investimento para restaurar a confiança e a satisfação pessoal”, complementa. Diferentemente do que pensam sobre os riscos dos procedimentos e a idade, o cirurgião pontua que, uma vez que o paciente esteja saudável, é extremamente etarista inibir a viabilidade, e vontade, pela procura por cirurgias estéticas. Segundo o médico, o tratamento quanto a esses pacientes é individualizado para garantir o sucesso e compatibilidade da intervenção com a resistência corporal.

O cirurgião explica que durante os exames pré-operatórios, além dos exames padrão, aos pacientes idosos, há uma lista mais minuciosa, garantindo a investigação mais criteriosa da saúde. “Os procedimentos são uma forma de se cuidar em todas as fases da vida, mas para isso é necessário que haja segurança e responsabilidade durante o processo”, afirma.

O envelhecimento populacional remodela a cada dia o mundo, o movimento traz impactos na saúde, bem-estar e relação com a sociedade. Segundo o cirurgião, com a comprovação que as cirurgias estéticas são recursos capazes de provocar melhora na qualidade de vida das pessoas, os pacientes devem-se apegar à vontade para sua realidade e dar o primeiro passo: a consulta médica. “É extremamente importante a consulta ao médico especializado e certificado, somente após a avaliação dos riscos e benefícios da intervenção que podemos delimitar se é possível ou não a sua realização”, finaliza Hugo Santos.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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