Última atualização 22/04/2022 | 17:29
O projeto que pretendia liberar os lagos do João Leite e Altamiro de Moura Pacheco para atividades de lazer nas cidades de Goiânia, Goianápolis, Nerópolis e Terezópolis de Goiás foi cancelado pelo Governo de Goiás. Com isso, o uso hídrico do reservatório do João Leite continua exclusivamente para abastecimento da Região Metropolitana da capital.
A desistência do projeto aconteceu na última segunda-feira (18), após uma discussão em audiência pública onde ambientalistas reagiram contra a liberação, devido a preocupação de que a fauna e a flora das regiões fossem prejudicadas. O documento do plano de manejo previa no local uma zona de infraestrutura com área equivalente a 65 campos de futebol, onde poderiam ser instaladas estruturas e equipamentos para a visitação e uso coletivo.
Também estavam previstas rampa para pequenas embarcações, piers e guarda barcos. O plano previa ainda a derrubada de árvores nativas, além da instalação de um sistema para o tratamento de resíduos e esgoto, a fim de evitar que o solo e a água fossem contaminados.
Reservatório
O reservatório do João Leite tem capacidade para gerar água para mais de 3 milhões de pessoas. Juntos, os dois parques ocupam uma área de quase 5 mil hectares e abrigam 28 nascentes e 39 cursos d’água que alimentam o reservatório e recarregam os lenções freáticos.
As áreas possuem quase 500 tipos diferentes de plantas, como paineiras e ipês, além de centenas de espécies de animais. Algumas espécies, inclusive, estão em risco de extinção como o lobo-guará e tamanduá-bandeira.
Nota do Governo
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), esclarece que após as discussões acerca dos planos de Manejo e Uso Público e da Zona de Amortecimento do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco e do Parque Estadual do João Leite, ocorridas em consulta pública com ampla participação popular, decidiu-se pelo uso hídrico do Reservatório do João Leite exclusivamente para abastecimento da Região Metropolitana da Capital, como já ocorre.
A consulta pública é um mecanismo formal e legal, que torna o processo democrático, espaço este que dá voz a todos os interessados. Assim, após a análise das contribuições e ampla discussão, a decisão foi tomada em convergência com a manifestação e consenso da maioria, ouvidos técnicos e especialistas.