Jovem forjou prints com Whindersson Nunes, conclui polícia

Jéssica Vitória Canedo, vítima de intensa exposição nas redes sociais, tirou a própria vida após ataques virtuais

A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou manhã desta quarta-feira , 6, os resultados das investigações sobre a trágica morte da jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, ocorrida em Araguari. O caso ganhou destaque no final do ano passado quando Jéssica foi alvo de ataques nas redes sociais devido a prints que circulavam sobre um suposto envolvimento amoroso com Whindersson Nunes.

Com a grande repercussão das fake news, a mineira recebeu ameaças e mensagens com incentivo à própria morte. Inclusive, o dono da página Choquei teve de prestar depoimento à polícia sobre o caso, após a divulgação das notícias envolvendo o nome dela e do humorista.

“O proprietário do Choquei prestou esclarecimentos à Polícia Civil de Minas Gerais e apresentou fatos e documentos que contribuem para elucidar o episódio e dar a real dimensão do papel da página no caso”, divulgou o perfil em nota sobre a investigação, na época.

Em comunicado oficial, a Polícia Civil revelou que Jéssica foi a responsável por divulgar o conteúdo às páginas de fofoca, utilizando perfis falsos criados por ela em uma rede social. Além disso, o influenciador Whindersson Nunes prestou depoimento à Polícia, negando qualquer tipo de contato com a jovem.

O delegado Felipe Oliveira, em coletiva de imprensa, declarou que a investigação apurou que todas notícias que foram veiculadas e tudo isso que foi noticiado pelas páginas de notícia foi criado e partiu da própria jovem. Ela fez toda a montagem e ela divulgou para as páginas de notícias, esse suposto relacionamento dela com o humorista [Whindersson].”

A investigação também revelou que Jéssica recebeu uma mensagem instigando-a a tirar a própria vida. A autora da mensagem, uma jovem de 18 anos, da cidade de Rio das Ostras/RJ, foi identificada e indiciada pelo crime de instigação ao suicídio.

Nota da polícia na íntegra:

Nesta data (06/03) a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia de Homicídios da 4ª DRPC/Araguari, concluiu as investigações sobre a morte da jovem J. C., ocorrida no dia 22/12/2023.

J.C. passava por tratamento em decorrência de uma séria depressão e à época veiculou-se que ela estava sofrendo ataques por meio de redes sociais após uma grande página de fofocas ter divulgado notícias falsas sobre um suposto relacionamento amoroso entre Jéssica e um famoso humorista. O humorista prestou depoimento à Polícia, negando qualquer tipo de contato com a jovem.

Após as investigações, a Polícia Civil identificou a origem das notícias falsas, apurando que a própria jovem foi a responsável pela divulgação do conteúdo a algumas páginas de fofoca, através de perfis falsos criados por ela em uma rede social.

 

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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