Jovem matou ex-sogro após surto provocado por remédios controlados, diz defesa

Jovem matou ex-sogro após surto provocado por remédios controlados, diz defesa

Depois de ser preso na noite desta quarta-feira, 29, Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, de 26 anos, será indiciado pelo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou defesa da vítima, segundo a Polícia Civil (PC). A principal motivação de Felipe para ter matado a tiros o ex-sogro e dono de farmácia, João do Rosário Leão, de 63 anos, foi o boletim de ocorrência registrado contra ele por conta das atitudes violentas adotadas no sábado, 25, dia em que estavam reunidos em uma festa junina em Aparecida de Goiânia.

A defesa do suspeito, entretanto, diz que tem trabalhado para que os fatos sejam elucidados e afirma que Felipe vinha vivenciando uma relação conturbada com a ex-namorada, Kênnia Yanka, de 26 anos, “que era muito possessiva e não aceitava o fim do relacionamento”, segundo o advogado Júlio de Brito.

“Essa namorada fornecia inúmeros medicamentos de uso controlado para Felipe, instigando ele sempre a comprar em grande quantidades para aproveitar a receita que ela comprava com o fornecedor dela. Isso, possivelmente foi o grande desencadeador do surto psicótico que ele teve. De fato ele está com sua capacidade de discernimento abalada, e é necessário que seja feito um exame de insanidade mental nele e que se investigue a causa desse surto”, explicou.

Mentira

Para Kênnia, que viveu relacionamento de quase um ano com Felipe, as alegações da defesa não passam de ‘artimanhas’ para tirar o foco do crime que ele cometeu: o homicídio do pai dela. A mulher disse também que já tentou fazer com que o ex-namorado realizasse sessões de terapia para tentar melhorar o relacionamento, mas nunca participou das sessões acompanhada do até então companheiro, que se recusava a comparecer nas consultas.

Ainda de acordo com a filha do idoso, Felipe não há como Felipe apresentar problemas psicológicos, devido ao seu porte de arma – documento em que é preciso passar por rigoroso processo, inclusive, psicológicos.

“A defesa dele não tem argumentos para defendê-lo e estão usando artimanhas, mentiras para tentar justificar o que ele fez. Essa questão dele ter insanidade mental é uma grande mentira. O Felipe arquitetou tudo, fez tudo de caso pensado na morte do meu pai. Ele nunca tomou medicação nenhuma, nunca dei remédio para ele, Ai eles vem falar isso? Então eu fiz com que ele massa meu pai. É isso? Ele não tem surto, ele é violento, um assassino”, exaltou.

Medo

Mesmo depois da prisão de Felipe, Kênnia teme que ele possa fazer novas vítimas, caso responda em liberdade até o julgamento. Ela acredita que a repercussão da morte do pai não afete o ex-companheiro, que também a ameaçou de morte.

“Se o Felipe foi capaz de matar o meu pai, ele pode matar qualquer um da nossa família. Se ele for solto, a gente vai precisar viver escondido enquanto ele fica solto. O que eu peço de verdade é que tenha justiça, que o Felipe não responda em liberdade e sim continue preso. Se ele sair eu vou ser a próxima, ele ameaçou o meu pai e cumpriu. Isso não pode ficar em vão”, se emocionou.

Internação

Caso seja comprovada que Felipe possua transtornos mentais, como informado pela defesa, ele não responderá em liberdade, segundo o Delegado Geral da Policia Civil, Alexandre Pinto Lourenço. O investigador explicou que o acusado pode ser internado para trotar a doença, mas é “pouco provável que ele volte viver em sociedade”, devido ao nível de agressividade que ele apresentou pelos seus comportamentos e crimes.

“Caso seja comprovado esse transtorno, uma medida de segurança contra ele deve ser realizada. Ou seja, ele deverá ser internado, mas com condições severas. Em alguns casos, essas internações são mais desconfortareis do que cumprir a própria pena prisional. Porém, é preciso que as investigações sejam concluídas para termos um posicionamento. Será reunido todo material disponível contra ele para que a decisão seja tomada”, concluiu.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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