Justiça denuncia 16 pessoas por fraude no Brasileirão

Em investigação de fraudes no futebol, Justiça denuncia 16 pessoas

Em nova etapa da investigação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) acerca da manipulação de resultados no futebol brasileiro, a Justiça denunciou 16 pessoas. Entre elas, estão membros do esquema de apostas esportivas, além de jogadores de grandes clubes do cenário nacional. No âmbito goiano, o lateral esquerdo Moraes, do Atlético-GO, assinou um acordo e vai atuar como testemunha no caso.

A investigação de manipulação de resultados

As evidências do MP-GO na Operação Penalidade Máxima apontam que diversas partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, além de competições estaduais, estão sob suspeita de manipulação de resultados.

Uma organização criminosa atuava da seguinte maneira. Os membros entravam em contato com jogadores e ofereciam dinheiro para que eles levassem cartões amarelos, vermelhos ou cometessem pênaltis. Desta forma, os criminosos registravam tais infrações e faturavam em cima de casas de apostas, que são tratadas como vítimas.

Os jogadores que estão sob suspeita de manipulação de resultados são os seguintes: os zagueiros Eduardo Bauermann (Santos), Victor Ramos (Chapecoense), Paulo Miranda (ex-Juventude), e Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino); o lateral esquerdo Igor Cariús (Sport); os volantes Fernando Neto (São Bernardo), Nikolas (Novo Hamburgo) e André Luiz (ex-Sampaio Corrêa); o meia Gabriel Tota (ex-Juventude); e o atacante Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria).

Além deles, Romário e Gabriel Domingos, ex-Vila Nova, também fizeram parte da Operação Penalidade Máxima, junto com outros jogadores de Cuiabá, Sampaio Corrêa e Tombense. Quanto a Moraes, ele também esteve na mira do MP-GO, mas fechou um acordo de ressarcir a Justiça e testemunhar contra os apostadores. O Atlético-GO, inclusive, optou por emprestar o jogador para a Aparecidense até o final da temporada.

No entanto, não foram apenas jogadores que se tornaram réus nas novas investigações da Justiça. Bruno Lopez, Camila Silva, Ícaro Fernando, Luís Felipe Rodrigues, Victor Yamasaki e Zildo Peixoto fazem parte do núcleo dos apostadores e receberam denúncias.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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