Justiça solta técnica de enfermagem suspeita de desviar e vender medicamentos no Hetrin, em Trindade

A Justiça liberou nesta quinta-feira, 17, a técnica de enfermagem presa em uma operação que investiga o desvio, venda e tráfico de medicamentos controlados no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin). A profissional havia sido detida na quarta-feira, 16, em flagrante, com remédios de uso restrito encontrados em sua residência. A investigação teve início após a morte de uma ex-funcionária do hospital por overdose de morfina.

Segundo a Polícia Civil, a técnica de enfermagem admitiu que retirava morfina, tramal e tramadol do Hetrin e também da UPA de Trindade. Ela alegou que os medicamentos eram guardados para uso próprio, principalmente para aliviar as dores de seu marido, que havia sofrido um acidente. A profissional negou, contudo, ter vendido medicamentos para outra técnica de enfermagem, que acabou falecendo devido à overdose.

De acordo com o delegado Thiago Escandolhero, a investigação revelou que o desvio dos medicamentos acontecia durante o atendimento a pacientes internados. Os técnicos de enfermagem recebiam a medicação prescrita por médicos e, em vez de aplicá-la, desviavam os remédios para fins pessoais ou para venda. Cinco funcionários suspeitos de envolvimento foram identificados e afastados.

A irmã da vítima da overdose foi quem denunciou o fornecimento ilegal de medicamentos à delegacia, dando início à investigação. A polícia também apura se os profissionais desviaram remédios de outras unidades públicas, já que alguns dos envolvidos trabalhavam em outros hospitais.

Em nota, o Hetrin afirmou que está colaborando com as investigações e que, assim que tomou conhecimento do caso, afastou os funcionários envolvidos. A técnica de enfermagem, agora em liberdade, pode responder por peculato, associação criminosa e tráfico de drogas. As investigações continuam para determinar a extensão das fraudes e identificar possíveis novas vítimas.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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