Justiça solta técnica de enfermagem suspeita de desviar e vender medicamentos no Hetrin, em Trindade

A Justiça liberou nesta quinta-feira, 17, a técnica de enfermagem presa em uma operação que investiga o desvio, venda e tráfico de medicamentos controlados no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin). A profissional havia sido detida na quarta-feira, 16, em flagrante, com remédios de uso restrito encontrados em sua residência. A investigação teve início após a morte de uma ex-funcionária do hospital por overdose de morfina.

Segundo a Polícia Civil, a técnica de enfermagem admitiu que retirava morfina, tramal e tramadol do Hetrin e também da UPA de Trindade. Ela alegou que os medicamentos eram guardados para uso próprio, principalmente para aliviar as dores de seu marido, que havia sofrido um acidente. A profissional negou, contudo, ter vendido medicamentos para outra técnica de enfermagem, que acabou falecendo devido à overdose.

De acordo com o delegado Thiago Escandolhero, a investigação revelou que o desvio dos medicamentos acontecia durante o atendimento a pacientes internados. Os técnicos de enfermagem recebiam a medicação prescrita por médicos e, em vez de aplicá-la, desviavam os remédios para fins pessoais ou para venda. Cinco funcionários suspeitos de envolvimento foram identificados e afastados.

A irmã da vítima da overdose foi quem denunciou o fornecimento ilegal de medicamentos à delegacia, dando início à investigação. A polícia também apura se os profissionais desviaram remédios de outras unidades públicas, já que alguns dos envolvidos trabalhavam em outros hospitais.

Em nota, o Hetrin afirmou que está colaborando com as investigações e que, assim que tomou conhecimento do caso, afastou os funcionários envolvidos. A técnica de enfermagem, agora em liberdade, pode responder por peculato, associação criminosa e tráfico de drogas. As investigações continuam para determinar a extensão das fraudes e identificar possíveis novas vítimas.

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STF homologa plano para melhorar condições de presídios

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu homologar o Plano Pena Justa, elaborado pelo governo federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para enfrentar os problemas encontrados nos presídios do país. A questão foi decidida em sessão virtual do plenário, que foi encerrada no último dia 19.

O plano foi protocolado em setembro deste ano no âmbito da ação na qual o Supremo determinou a elaboração de um plano nacional de enfrentamento aos problemas dos presídios brasileiros, como superlotação de detentos e disputas entre facções.

A determinação ocorreu em outubro de 2023, quando o STF estabeleceu o estado de coisas inconstitucional nas prisões do Brasil.

Com a decisão, a União e os estados foram obrigados a elaborar um plano para enfrentar os problemas do sistema penitenciário.

O Plano Pena Justa é composto por quatro eixos que tratam do controle de entrada e das vagas no sistema prisional; qualidade dos serviços prestados e da estrutura, reintegração social e política para não repetição do estado de inconstitucionalidade apontado pelo STF.

O plano também apresenta indicadores e metas para os anos de 2025, 2026 e 2027.

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