Lei orçamentária é aprovada com “orçamento secreto” e fundo recorde para campanha política

A Câmara Federal aprovou nesta terça-feira (21), por 358 votos favoráveis, 97 contrários e duas abstenções, o relatório final da lei orçamentária de 2022. O Senado também confirmou a aprovação, por 51 a 20. O texto agora vai para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A votação do orçamento é a última atividade parlamentar do Congresso Nacional antes do recesso de fim de ano. No texto aprovado, está previsto R$ 147,7 bi para a saúde, R$ 113,4 para a educação, R$ 89,06 para o Auxílio Brasil, R$ 3,9 para a aquisição de vacinas, R$ 2,29 para o Censo de 2022, R$ 1,9 para o vale-gás, R$ 1,7 para reajuste de carreiras policiais, R$ 800 milhões para reajuste do piso salarial para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias e R$ 16,5 bilhões para as emendas de relator, conhecida como “orçamento secreto”.

O salário mínimo de 2022 também é apontado no orçamento e aumentará para R$ 1.212 no próximo ano.

Orçamento Secreto

Dentre os deputados federais e senadores goianos, apenas Elias Vaz (PSB) e Jorge Kajuru (Podemos) votaram contra a matéria. Ao Diário do Estado, Vaz justifica o seu voto “Votei contra a peça orçamentária de 2022 basicamente por entender que é um absurdo nós termos a consolidação do chamando ‘orçamento secreto’. São quase 17 bilhões que estarão a serviço da política do toma-lá-dá-cá”, diz.

Kajuru também justificou o voto contrário pelo mesmo motivo “Esse orçamento priorizou o criminoso fundão eleitoral de 4,9 bilhões e um orçamento secreto escandaloso superior a 16,5 bilhões. Separem o joio do trigo”.

A crítica se sustenta pela falta de transparência na destinação das verbas pois não há proporcionalidade na distribuição do recursos entre os políticos.

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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