Press "Enter" to skip to content

Liberação de saque do FGTS para pagamento de creche está aprovada

Última atualização 09/05/2022 | 13:38

O anúncio da flexibilização do FGTS pelo Governo Federal para pagamento de creche é considerado positivo por especialista. Embora ainda não tenham sido divulgados detalhes de como e quanto será liberado, a comparação entre o emprego do dinheiro para contemplar a despesa e o rendimento baixo sinaliza que o saque é a melhor escolha da trabalhadora.

“Na perspectiva do beneficiário é uma estratégia interessante. No atual contexto de alta inflação e de baixo rendimento na conta do FGTS, que é de 3% mais a TR, eles sempre ficam aquém da poupança. Por isso, aplicar esse dinheiro, quando possível, em outros produtos financeiros mais rentáveis compensa bastante, explica o economista Danillo Orsida.

Ele destaca que a proposta é válida, mas a atribuição de arcar com gastos sociais, a exemplo da educação infantil, está a cargo dos municípios. O pacote de medidas precedido de uma série de outras relacionadas ao fundo para injetar recursos na economia é considerada política, na opinião do especialista, já que este ano haverá eleições.

Orsida defende a manutenção do FGTS, porém com alterações. O programa foi criado nos anos 1970 para assegurar direitos do trabalhador e para subsidiar o financiamento imobiliário para esse grupo. A Caixa Econômica é a responsável por gerenciar o dinheiro depositado compulsoriamente todos os meses em uma conta do empregado. Apesar disso, o objetivo não vem sendo alcançado.

“A Caixa opera em condições de mercado melhores do  que a bancos privados por poder fomentar a política de habitação no País. No entanto, na prática, a taxa de juro de financiamento imobiliário dela é parecida com a praticada por bancos comerciais. Aliás, os privados até oferecem melhores. Atualmente, não faz muito sentido essa lógica do FGTS. Se a pessoa colocar o dinheiro na poupança vai  ser mais rentável”, pontua. 

A primeira leva de medidas  voltadas exclusivamente às mulheres inclui a possibilidade de pagar cursos de qualificação profissional em áreas tradicionalmente dominada por homens, como engenharia e tecnologia. A novidade já foi publicada no Diário Oficial da União, porém depende de  regulamentação do Conselho Curador do FGTS.