“Lista de Epstein”: nomes ligados ao caso vão da realeza a celebridades

Uma lista chocante de pessoas associadas ao falecido bilionário Jeffrey Epstein, acusado de liderar um esquema de tráfico sexual nos Estados Unidos, veio a público nesta quarta-feira, 3, após decisão de uma juíza de Nova York. Os ex-presidente Bill Clinton e Donald Trump, e o príncipe Andrew, do Reino Unido, além de várias celebridades, são algumas das figuras que surgem na investigação dessa rede de exploração sexual de menores.

A Ilha de Epstein, também conhecida como Little St James, é uma ilha particular localizada nas Ilhas Virgens Americanas. Foi comprada pelo financista em 1998 e se tornou conhecida pela prática de crimes sexuais, incluindo tráfico de menores e abuso sexual.

Segundo relatos de vítimas e testemunhas, Epstein costumava levar jovens mulheres e meninas menores de idade para a ilha, onde as submetia a abusos sexuais. Ele teria usado sua riqueza e influência para atrair as vítimas e forçá-las a participar de atividades sexuais.

Por determinação de uma juíza de Nova York,  que retirou o segredo de justiça de um processo movido contra a socialite britânica Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, veio a público detalhes de um conjunto inicial que inclui 40 documentos, contendo quase mil páginas de depoimentos e declarações.

Maxwell foi condenada a 20 anos de prisão por liderar a suposta rede de tráfico sexual. A socialite permanece detida em um presídio federal nos Estados Unidos. A lista também inclui nomes como Michael Jackson e David Copperfield, embora não haja acusações específicas contra eles nos documentos.

Epstein, conhecido por suas conexões com milionários, a realeza e celebridades, cometeu suicídio em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual. Os documentos judiciais revelam o círculo social que cercava Epstein, mas, até o momento, não apresentam revelações explosivas adicionais sobre o caso.

Mais de 150 nomes mencionados no processo de Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein, foram mantidos em segredo por anos. A decisão recente de uma juíza federal tornou esses documentos públicos, revelando detalhes do escândalo que abalou a sociedade.

Giuffre, atualmente 39 anos, alega que Epstein e Maxwell a teriam traficado para abusos sexuais quando ela tinha 17 anos. Embora o caso tenha sido resolvido em 2017, o juiz determinou, em audiências realizadas em 2021 e 2022, que os nomes na lista do casal não permaneceriam sigilosos indefinidamente.

Bill Clinton

Mencionado mais de 50 vezes nos documentos, Bill Clinton é acusado de voar no avião de Epstein durante viagens humanitárias à África nos anos 2000, elogiando Epstein como “filantropo comprometido”. Clinton, que alega desconhecer os crimes do bilionário, é citado em relatos de vítimas que viajaram no mesmo helicóptero, mas sem acusá-lo diretamente.

Príncipe Andrew

Documentos revelam uma vítima acusando o Príncipe Andrew de colocar a mão em seu seio em 2001, incidente anteriormente negado pelo príncipe. Detalhes de um encontro sexual supostamente arranjado por Ghislaine Maxwell também emergem. Andrew perdeu títulos reais devido à associação com Epstein e fez acordo judicial em 2023.

Stephen Hawking

Epstein teria oferecido recompensa para amigos de Virginia Giuffre refutarem alegações de orgias envolvendo Stephen Hawking, revelam documentos judiciais. Hawking visitou a ilha de Epstein em 2006, financiado por uma conferência do bilionário. Fotos dele em um churrasco surgem meses antes das acusações de crimes sexuais contra Epstein.

Oprah Winfrey

A apresentadora Oprah Winfrey destaca-se na lista de conexões de Epstein, frequentando festas em sua ilha privada. Sua associação à chamada “elite pedófila” é mencionada, enquanto ela financiava o documentário “Leaving Neverland” sobre acusações de abuso sexual contra Michael Jackson.

O escândalo Epstein continua a desvendar-se, envolvendo nomes proeminentes em uma rede de controvérsias e revelações. O impacto dessas conexões na esfera pública permanece em destaque.

Confira a lista completa dos nomes revelados acordo com a Newsweek:

Ghislaine Maxwell

Virginia Lee Roberts Giuffre

Kathy Alexander

Miles Alexander

James Michael Austrich

Philip Barden

Cate Blanchett

David Boies

Laura Boothe

Evelyn Boulet

Rebecca Boylan

Joshua Bunner

Naomi Campbell

Carolyn Casey

Paul Cassell

Sharon Churcher

Bill Clinton

David Copperfield

Alexandra Cousteau

Cameron Diaz

Leonardo DiCaprio

Alan Dershowitz

Dr. Mona Devanesan

Bradley Edwards

Amanda Ellison

Cimberly Espinosa

Jeffrey Epstein

Annie Farmer

Marie Farmer

Alexandra Fekkai

Crystal Figueroa

Anthony Figueroa

Louis Freeh

Eric Gany

Meg Garvin

Sheridan Gibson-Butte

Robert Giuffre

Al Gore

Ross Gow

Fred Graff

Philip Guderyon

Shannon Harrison

Stephen Hawking

Victoria Hazel

Brittany Henderson

Brett Jaffe

Michael Jackson

Carol Roberts Kess

Dr. Karen Kutikoff

Peter Listerman

George Lucas

Tony Lyons

Bob Meister

Jamie A. Melanson

Lynn Miller

Marvin Minsky

David Mullen

Joe Pagano

Mary Paluga

Stanley Pottinger

Joseph Recarey

Michael Reiter

Jason Richards

Bill Richardson

Sky Roberts

Scott Rothstein

Forest Sawyer

Doug Schoetlle

Kevin Spacey

Cecilia Stein

Mark Tafoya

Brent Tindall

Kevin Thompson

Donald Trump

Ed Tuttle

Emma Vaghan

Kimberly Vaughan-Edwards

Cresenda Valdes

Anthony Valladares

Maritza Vazquez

Vicky Ward

Jarred Weisfeld

Courtney Wild

Bruce Willis

Daniel Wilson

Andrew Albert Christian Edwards

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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