Última atualização 09/03/2022 | 18:31
Nesta quinta (10), mais de 30% das escolas em Aparecida suspenderão as aulas em adesão à paralisação dos servidores da educação do município. Os servidores reclamam reajuste salarial de 33,24% para professores, pagamento de data-base para administrativos e melhoria de infraestrutura das instituições.
De acordo com a integrante do Comando de Luta, Solange Amorim, 34 instituições das 102 escolas, Cmeis e Emeis interromperão as atividades. O grupo vai se reunir na cidade administrativa, em Aparecida de Goiânia, a partir das 9 horas. Ela afirma que deve ocorrer uma reunião na tarde desta quarta (09) com representantes da prefeitura do município.
“Nós já estamos acostumados. É sempre mais do mesmo, a mesma conversa de sempre. Eles marcam um encontro com a gente, mas não muda nada”, diz. Solange frisa que a disponibilidade da gestão municipal está ocorrendo apenas devido à suspensão das aulas amanhã, informado por meio de ofício na última segunda (07).
Ela diz que o funcionalismo não havia recebido nenhuma proposta nem havia sido estabelecido um diálogo com as categorias. “Essa reunião de hoje é para tentar desmobilizar a categoria. Eles, inclusive, marcaram uma reunião de coordenadores para amanhã, diz.
No entanto, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou por meio de nota que foi realizada uma reunião na semana passada com o sindicato que representa a categoria para debater todos os temas e demandas apresentados.
Um dos tema previstos na pauta de reivindicações é a solução para as condições físicas das escolas. “Estão em situação precária. Tudo caindo em cima da cabeça dos professores e dos alunos. As salas estão lotadas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira determina 25 estudantes em uma sala, mas matriculam 32 crianças”, critica.
Denúncia
Solange afirma ainda que os profissionais da educação desconfiam que a prefeitura de Aparecida está utilizando parte do dinheiro que deveria ser direcionado à composição salarial dos professores para a aquisição de materiais pedagógicos e de patrimônio.
“Começaram a entregar livros, geladeira e mobília nas instituições, mesmo naquelas onde não há essa necessidade. Suspeitamos que parte do dinheiro do Fundeb está sendo usado nisso em vez de compor ou recompor o salário dos professores”, destaca.
Por lei, os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) devem ter 70% de total voltado à valorização salarial da categoria. Os outros 30% podem ser destinados a ações de manutenção e desenvolvimento do ensino.
Em resposta, a assessoria da Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou ao Diário do Estado que os eletrodomésticos e móveis foram adquiridos com recursos do Tesouro Municipal e destinados às 61 escolas municipais e aos 32 CMEIs públicos da cidade. “A secretaria ressalta que o investimento é importante para promover melhorias nas unidades de ensino, mas também o ensino-aprendizagem de cada unidade, com novos aparelhos eletrônicos para atividades de classe”, informaram.