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Março Amarelo: maternidades de Goiânia reforçam conscientização da endometriose

Última atualização 02/03/2024 | 10:44

Durante o mês de março, a atenção se volta para uma condição que afeta milhares de mulheres em todo o mundo: a endometriose. Para compreender melhor essa doença complexa e muitas vezes debilitante, o ginecologista e obstetra Marcelo Cupertino, diretor-geral do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), explicou os principais aspectos relacionados à endometriose: sintomas, diagnóstico e tratamento.

Segundo Cupertino, a endometriose é uma condição na qual as células do tecido endometrial, normalmente encontradas no revestimento interno do útero, começam a crescer em outros lugares do corpo, como os ovários ou a cavidade abdominal. “Isso ocorre devido a uma modificação no funcionamento normal do organismo, onde as células endometriais não são expulsas durante a menstruação, mas sim, se movimentam no sentido oposto, causando desconforto e problemas de saúde”, explica o médico.

Quanto às causas da endometriose, o médico apontou que estas ainda não são totalmente compreendidas, embora existam teorias que sugerem a influência de fatores como a menstruação retrógrada, predisposição genética, disfunção imunológica e migração de células anômalas. “É um distúrbio complexo que requer mais estudos para uma compreensão completa”, afirma.

A doença, que geralmente se manifesta durante a fase reprodutiva da vida da mulher, pode causar uma série de sintomas, incluindo dor intensa durante a menstruação, dor durante as relações sexuais, sangramento ao urinar ou evacuar, fadiga, diarreia e dificuldade de engravidar. “É importante reconhecer esses sinais precocemente para buscar tratamento adequado”, destaca Cupertino.

O diretor explica que, ao identificar sinais da doença, a mulher deve buscar uma unidade básica de saúde de seu município para ser encaminhada via regulação da Secretaria de Saúde de Goiânia para atendimento com um especialista. Para diagnosticar a endometriose, Cupertino esclarece que é necessário um exame ginecológico clínico, exames laboratoriais e de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, porém, o diagnóstico final depende da realização de biópsia.

O tratamento, por sua vez, pode variar desde medicamentos para controle dos sintomas até intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade e dos objetivos terapêuticos de cada paciente. “Mulheres mais jovens podem utilizar medicamentos que suspendem a menstruação. Lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento”, explica.

No entanto, o ginecologista ressalta que o tratamento não assegura a cura definitiva da doença, uma vez que a endometriose é uma condição crônica. “O objetivo do tratamento é controlar a evolução da doença, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente”.

Campanha
Cupertino enfatiza que a campanha “Março Amarelo” é crucial para educar a população sobre a doença e promover a detecção precoce. “Cerca de 40% das mulheres com endometriose podem apresentar dificuldades para engravidar. O mês do “Março Amarelo” vem para conscientizar a população sobre a importância da realização de exames preventivos que ajudem a identificar a doença. Desse modo, é possível desenvolver um tratamento precoce, identificando a doença ainda no início, ajudando na fertilidade e melhorando a qualidade de vida da mulher”, finaliza.

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