O advogado da família Bolsonaro afirmou que a ex-primeira-dama Michelle usou o cartão de crédito de uma amiga para despesas pessoais porque o ex-presidente Jair é “pão-duro”. O dinheiro que custeou os gastos teria sido desviado da Presidência da República, conforme apontam suspeitas apuradas pela Polícia Federal (PF). A prática teria sido liderada pelo ex-chefe dos ajudantes de ordens do Planalto, Mauro Cid.
As investigações sugerem que Cid orientou as assessoras de Michelle a fazerem depósitos em espécie e fracionados para pessoas próximas à ex-primeira-dama. Em uma entrevista coletiva, a defesa liderada por Fabio Wajngarten alegou que a própria ex-primeira-dama deu declaração sobre a dificuldade em conseguir dinheiro do marido. Por esse motivo, ela nunca teria tido um cartão com o nome dele como titular.
O controle dos gastos à época em que era presidente não seria responsabilidade de Bolsonaro. Cid é quem sacava dinheiro para bancar “pequenos serviços” de “manutenção da família”. A movimentação financeira em espécie dificultou o rastreio por parte dos investigadores, por isso levantou suspeitas dos policiais federais.
De acordo com a PF, uma tia de Michelle Bolsonaro chamada Maria Graces de Moraes Braga recebeu 12 depósitos em dinheiro e a amiga da ex-primeira-dama, Rosemary Cardoso, recebeu três depósitos.A apuração começou após acesso a dados do celular de Cid, autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Os policiais verificaram indícios de práticas ilegais.
Mauro Cid e do ex-ajudante de ordens da Presidência Luís dos Reis estão presos por suspeita de terem fraudados dados do cartão de vacina de Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde.