Moradores do Setor Perim denunciam bocas de lobo entupidas e destampadas
Moradores do Setor Perim, bairro na região norte de Goiânia, denunciam que as bocas de lobo na região estão entupidas e destampadas, causando, dessa forma, perigo a população que mora no local, além dos alagamentos com as constantes chuvas na capital.
De acordo com a prefeitura de Goiânia, a cidade possui cerca de 300 mil bocas de lobo espalhadas por todo o município e que pelo grande número de problemas, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) mantém equipes em trabalhos diários na manutenção com esse tipo de serviço.
Segundo a Seinfra, mensalmente, cerca de 3.200 bocas de lobo, nos diversos bairros da capital, são limpas com a retirada de toneladas de lixo por bairro, incluindo garrafas pet, terra, plásticos, papelão e folhas. Entretanto, o setor Perim, parece ter sido esquecido pela secretaria.
“Estão todas descobertas. Isso é uma beleza para uma criança ou um idoso cair, aí, depois que cair, já era. Com enchente ou enxurrada, não tem como voltar não”, afirma Marcelo Alexandre, da Associação de Moradores do Setor Perim. Revoltado com a situação, ele continua “Eu não sei o que acontece que o pessoal não se organiza e arruma o que precisa arrumar. Em outras gestões municipais não era assim”, conclui.
Marcelo afirma que a situação está assim desde o ano passado. O Diário do Estado procurou a Seinfra e questionou sobre a manutenção desses dispositivos. Segundo a assessoria da pasta “As limpezas acontecem constantemente. Para fazer a comunicação o cidadão também pode baixar o aplicativo Prefeitura 24h ou entrar em contato com a Seinfra através do nosso Serviço de Atendimento ao Cidadão, pelos telefones 3524-8363/3524-8373 e WhatsApp 9-8493-7229”.
Segundo levantamento, de janeiro a junho deste ano, a prefeitura de Goiânia realizou a limpeza em 15 mil bocas de lobo com um gasto de cerca de R$ 2,25 milhões. O custo médio de cada limpeza é de R$ 150. Nesta semana, a gestão municipal lançou um novo funcionamento de serviço de limpeza de bocas de lobo e galerias com equipamentos tecnológicos que possibilitam a manutenção, recuperação e cadastramento de galerias de rede de águas pluviais e bocas de lobo.
O novo robô que auxilia a limpeza deve custar, aproximadamente, R$ 2,3 milhões na primeira etapa e conta com um reforço de sete caminhões de maior capacidade de pressão e sucção para desobstrução das tubulações.
Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital
A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.
Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.
Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai dela, Alexandre, também foi baleado.
O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.
O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.
Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.
Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.
Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.
Inquérito
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF. Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.
Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.
A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.
Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.
Ministério da Justiça e Segurança Pública
“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.
Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.