O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil, realiza uma operação na manhã desta terça-(26) contra pessoas e empresas investigadas por fraudes em contratos com a Fundação Estadual de Saúde. Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão. Dois dos alvos são delegados. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas da Capital. Os dois delegados alvo de buscas são Allan Turnowski, que foi chefe da Polícia Civil de 2009 a 2011 e de 2020 a 2022, e Eduardo Clementino de Souza. Turnowski chegou a ser preso em 2022 por suspeita de organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Ele responde ao processo em liberdade.
Um montante de dinheiro, em valores ainda não contabilizados, foi apreendido na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca. A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/ MPRJ), que apura os crimes de organização criminosa e fraude em licitação. As investigações mostraram o direcionamento de contratos públicos em favor de duas empresas. A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) acompanha as diligências. Os contratos investigados são dos anos 2021 e 2022 e incluíam serviços nas unidades: Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti; Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita; e Centro Estadual de Diagnóstico por Imagem (CEDI – Rio Imagem), no Centro do Rio de Janeiro.
De acordo com o Gaeco, a investigação aponta a possibilidade de servidores públicos e outros investigados terem se beneficiado de forma indireta dos recursos obtidos com o esquema criminoso. Os promotores identificaram a prática de repasse financeiro indireto envolvendo uma das empresas, o pai de um delegado e o próprio. Além da Tijuca, mandados são cumpridos na Lagoa, Barra da Tijuca, Centro, Engenho Novo, Vila Isabel, Jacarepaguá e Ilha do Governador. Em Niterói, um mandado é cumprido no bairro de Icaraí. Outro é cumprido no município de Silva Jardim.
Essa operação do MPRJ, em parceria com a Corregedoria da Polícia Civil, demonstra o compromisso das autoridades em investigar e combater fraudes em contratos públicos, principalmente na área da saúde. A atuação do Gaeco é fundamental para desmantelar esquemas criminosos e garantir a transparência e a legalidade nos processos licitatórios. A sociedade espera que os responsáveis por tais práticas prejudiciais sejam devidamente responsabilizados e punidos, contribuindo assim para a construção de um ambiente mais íntegro e ético. É essencial que órgãos como o MPRJ continuem atentos e atuantes na defesa do interesse público e no combate à corrupção em todas as esferas da administração pública.