Última atualização 19/03/2024 | 15:09
No Hospital Regional de Ponta Porã, na região sul de Mato Grosso do Sul, uma situação inusitada deixou médicos e familiares perplexos. Uma idosa de 81 anos, cuja identidade não foi divulgada, foi internada com fortes dores abdominais e, após exames, descobriu-se que ela carregava consigo um “bebê de pedra”.
O caso, considerado raríssimo pelos profissionais de saúde, foi divulgado pelo Secretário de Saúde da cidade, Patrick Derzi, e ganhou destaque nos meios de comunicação locais. Os médicos suspeitam que o feto calcificado estivesse alojado no abdômen da idosa há impressionantes 56 anos, desde sua última gestação.
Após a constatação por meio de uma tomografia, a paciente foi submetida a uma cirurgia para a remoção do feto. No entanto, o desfecho não foi o esperado. Após o procedimento cirúrgico, a idosa foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde veio a falecer no dia seguinte, em 15 de março.
Segundo Patrick Derzi, o óbito foi resultado de complicações decorrentes de uma infecção generalizada, desencadeada por uma infecção urinária. O Secretário de Saúde explicou que a condição é denominada litopedia e é extremamente rara.
Raridade
Fenômeno extraordinariamente raro na Medicina, na litopedia um feto começa a se desenvolver fora do útero, especificamente no abdômen, mas acaba morrendo. Em vez de ser eliminado pelo corpo, o feto morto passa pelo processo de calcificação, permanecendo dentro do corpo da mãe sem ser detectado por anos ou até décadas. Este “bebê de pedra” pode, eventualmente, causar complicações de saúde graves.
Um outro caso foi registrado em 2014, em Natividade, no Estado do Tocantins, onde uma idosa de 84 anos carregou um feto no abdômen por 44 anos. Joaquina Costa Leite foi até a Unidade de Saúde da Família fazer exames após sentir náuseas e fortes dores no estômago e acabou descobrindo o fato inusitado.