Mulher morta por PM em São Paulo registrou boletim por ameaça em outubro

Mulher morta por PM em São Paulo registrou boletim por ameaça em outubro

Mulher vítima de feminicídio na madrugada do último domingo, 3, Erika Satelis Ferreira de Lima, 33, já tinha registrado uma ocorrência por ameaça contra o policial militar, Thiago Cesar de Lima, 36, no último mês de outubro. Conforme divulgado pela CNN Brasil, o boletim de ocorrência registrado na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) consta o relato dela dizendo que os dois haviam brigado e ele a ameaçou com uma arma. 

Entenda o caso 

Câmeras de segurança no bairro de Perus, na zona noroeste de São Paulo, capital, registraram o momento em que o policial militar Thiago Cezar de Lima, 36, deu cinco socos no rosto de sua esposa, Erika Satelis Ferreira de Lima, 33, e depois atirou nela após uma discussão do lado de fora de um carro.

O episódio aconteceu na madrugada do domingo, 3, por volta das 3h da manhã. Nas imagens captadas pelas câmeras, é possível ver o carro parado na rua, do qual a vítima abriu a porta a traseira de um lado do carro e, na traseira também, estava o militar. A mulher tentou tirar o homem de dentro do carro, mas sem sucesso. 

Em seguida, ele saiu do veículo, e começou a desferir diversos socos no rosto da vítima. Depois, disparou duas vezes contra ela. Ela cambaleou até cair no chão, enquanto ele entrou de novo no carro, deu meia volta e parou para arrastar a mulher para dentro do carro. 

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o próprio policial levou a vítima para o Hospital Geral de Taipas, onde a morte foi confirmada. O crime foi registrado como feminicídio na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Norte, na mesma madrugada. 

Com o policial, foi apreendida uma arma calibre 40 e encaminhada para perícia. O acusado foi levado para o Presídio Militar Romão Gomes e a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) foi acionada para investigar o caso.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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