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No início da estiagem, queimadas já subiram quase 50% em Goiás

Última atualização 07/06/2022 | 07:53

Um levantamento feito pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), aponta um aumento de quase 50% no número de queimadas em Goiás em 2022. O índice é resultado do comparativo dos primeiros cinco meses do ano passado e desse. O aumento representa um alerta já que o período mais seco do ano, em que ocorrem mais queimadas, começa apenas em junho.

“Os satélites identificam um ponto de queimadas, então, têm satélites que identificam queimadas maiores, com mais de 30 metros quadrados e outros com menor intensidade. A situação de quantos hectares ou tamanho de área é preciso fazer um trabalho muito detalhado, então nós não temos esses dados”, explicou o gerente da SEMAD, André Amorim.

Ainda segundo a Semad, entre janeiro e maio de 2021 foram registrados 255 focos, contra 415 no mesmo período de 2022. O que representa quase 50% de aumento nos focos de queimada. A pasta associa os números à chegada antecipada da seca no estado.

“Nós tivemos uma seca mais prematura este ano. Nos meses de março e abril, foram chuvas muito abaixo da média e isso auxiliou que tivéssemos ou tenhamos uma vegetação mais seca”, explicou André.

Além disso, segundo o gerente da Semad, a maioria dos incêndios ocorridos até o momento foram causadas pela população. Em alguns casos, as pessoas tentam limpar lotes e terrenos baldios com o auxílio do fogo, porém, pode sair do controle e atingir áreas maiores.

“Esses desavisados vão lá, colocam o fogo e acham que estão limpando, acham que aquilo é bom e não funciona desta maneira. As queimadas prejudicam e muito”, ressalta André.

O cenário é pior quando calculados os pequenos focos de queimadas monitorados por outro satélite. Dessa forma, o estado teria então quase de 2 mil de queimadas apenas este ano.

“Nós temos a detecção aqui de um outro satélite que se somados nós teríamos um número bem maior. São mais de 1.500 queimadas, em um satélite que detecta queimadas menores. São queimadas de quatro metros quadrados. Então realmente tem queimado muito porque as pessoas insistem numa cultura muito errada”, relatou o gerente da Semad.

Ocorrências no Corpo de Bombeiros

O aumento nos casos de incêndios também foi sentido pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com a corporação, o número de acionamentos para esses casos subiu 10%, se comparado ao mesmo período do ano passado. Até o momento foram 1.773 contra 1.600 no ano passado. Assim como a Semad, os bombeiros também apontam que os principais casos ocorrem por interferência humana.

“As pessoas tendem a realizar a limpeza de seus terrenos, de seus lotes com o uso de fogo. Tendo em vista esta situação, a gente acredita que o carro chefe seja esse. Tanto é que a maioria das ocorrências que a gente recebe são de lotes baldios, em áreas urbanas. Em termos de quantidades, a maioria das queimadas são em áreas urbanas, principalmente na região metropolitana”, explicou o Tenente Araújo.

Além disso, a prática de “atear fogo” em terrenos é caracterizada como crime. O fogo não pode ser usado sem autorização de um órgão ambiental. Caso isso seja feito, a pessoa pode ser punida com multa ou prisão, a depender do caso.

Neste mês de junho, o tempo fica mais propício para queimadas, por isso, o Corpo de Bombeiros pede para que a população tenha consciência e não utilize do fogo para realizar a “limpeza” de terrenos.

“Estamos entrando em um período crítico, a cada momento que passa a situação vai ficando mais favorável à queimadas, tendo em vista que a umidade relativa do ar vai baixar, o calor aumentar, os ventos também ficam mais fortes… A gente pede consciência e apoio caso identifique alguém realizando a prática criminosa ou inconsequente, denuncie à Polícia Civil (PC) ou pelo 193 dos bombeiros”, reforçou o Tenente Araújo.