Operação do Gaeco investiga possíveis fraudes em licitações em prefeituras de Nova Europa e Gavião Peixoto (SP)

As prefeituras de Nova Europa e Gavião Peixoto (SP) estão sendo alvos de uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) e pela Polícia Civil nesta terça-feira (10). A ação tem como foco investigar possíveis fraudes em licitações nas administrações municipais. Detalhes mais específicos sobre o desdobramento da operação ainda não foram divulgados até o momento.

Durante a manhã, equipes das instituições responsáveis estiveram nos prédios das prefeituras e realizaram a apreensão de documentos, tanto nas administrações como em residências de suspeitos e empresas que fornecem serviços para os municípios. Todo o material recolhido foi encaminhado para o Ministério Público de Araraquara para que possa ser devidamente avaliado pela investigação em curso.

Segundo o promotor de justiça Herivelto Almeida, a apuração dos possíveis delitos já estava em andamento. Não foi especificado em qual ramo ou área ocorreram as supostas atividades fraudulentas. A investigação abrange contratos diversificados, desde construção até aquisição de produtos, passando de uma gestão pública para outra ao longo do tempo, conforme explicou o promotor.

Em nota divulgada nas redes sociais, a prefeitura de Gavião Peixoto afirmou estar colaborando com as autoridades, fornecendo os documentos solicitados relacionados às licitações desde o ano de 2017. A administração municipal assegurou que o expediente dos departamentos está transcorrendo normalmente durante o dia da operação, reforçando o compromisso da prefeitura com a transparência e a legalidade perante as investigações em curso.

O portal DE entrou em contato com a Prefeitura de Nova Europa, porém, até a publicação desta matéria, não houve retorno por parte da administração municipal. A operação conjunta realizada pelo Gaeco e Polícia Civil também envolve outras cidades da região, ampliando o escopo da investigação para além de Gavião Peixoto e Nova Europa. Essa ação representa mais um passo no combate a possíveis irregularidades em contratos públicos e na busca por mais transparência e lisura na gestão municipal. Acompanhe as atualizações sobre essa operação aqui no DE.

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Saiba como empresas e profissões estão se adaptando à inclusão com a língua de sinais Libras

Caminhos que levam até Libras: serviço público, empresas e profissões estão se adaptando à inclusão

Além de promover a acessibilidade dos surdos, a língua de sinais ainda fez surgir um novo ramo no mercado de trabalho: a profissão de intérprete.

Caminhos até Libras: serviço público, empresas e profissões estão se adaptando à inclusão

Por muito tempo, a comunicação foi um problema para surdos no ambiente de trabalho. Aos poucos, graças ao uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), isso está mudando. Além de promover a acessibilidade e a inclusão, a língua de sinais ainda fez surgir um novo ramco no mercado de trabalho: a profissão de intérprete.

“Me formei em fotografia tem dez anos já, tenho experiência, mas tem muita barreira no mercado de trabalho, não contratam. Até hoje eu não consegui trabalho como fotógrafa. A minha experiência vem de mim mesma, nas fotos de alguns eventos”, lamenta Fernanda Pazetto Ferreira, que nasceu surda e encontrou sentido na visão.

Alef Pereira é auxiliar de produção, e Fernanda Pazetto, fotógrafa. Em alguns trabalhos, o marido, que também é surdo, vai junto com ela. Na empresa onde trabalha como auxiliar de produção, ele conta com um intérprete. “Eu trabalho na produção. Às vezes tem alguma barreira, aí eu pergunto, como fazer o trabalho, eu olho. Para mim se torna fácil, porque é visual. E no RH tem dois intérpretes”, diz o auxiliar de produção Aluf dos Santos Pereira.

Para ingressar no serviço público o surdo precisa saber duas línguas: a de sinais e português. Atualmente, Jundiaí tem 18 servidores com deficiência auditiva, sendo três totalmente surdos. Um deles é o Juliano Savietto, responsável pelo controle de livros que entram e saem da Biblioteca Municipal.

Um dos três servidores públicos surdos de Jundiaí é Juliano Savietto, que trabalha na Biblioteca Municipal. “O problema é social. A sociedade pensa que o surdo não é capaz, mas todos os surdos são capazes de trabalhar e estudar, todos podem. Na produção, você pode trabalhar com um ouvinte. Todo surdo é capaz, precisa de acessibilidade”, afirma.

Hoje, James Guilherme Mantovani é professor de Libras. Mas quando se formou em mecânica no Senai, há mais de quarenta anos, as aulas da língua de sinais ainda não eram oferecidas. Trabalhou por décadas, sem intérprete, em diferentes empresas. O que ele aprendeu na vida ensinou aos colegas.

Cada vez mais, os ambientes corporativos estão se tornando inclusivos. A coordenadora de controladoria Daiane da Cunha é gestora da assistente administrativa Sabrina Alves de Oliveira e fez o curso de Libras para que elas consigam se comunicar sem barreiras.

Guilherme de Cillo é gerente de RH de uma empresa de tecnologia de energia que oferece aulas gratuitas de Libras aos funcionários. “A gente acredita muito na inclusão como meio de trazer mais inovação para o nosso ambiente. Temos diversas iniciativas e com isso conseguimos com que esse profissional se desenvolva na carreira”, descreve.

O elo entre o universo sem sons e o dos ouvintes é o intérprete. A profissão está em alta e remunera por hora ou diária. Os valores vão de R$ 120 a R$ 2 mil e são estabelecidos pela federação brasileira da categoria. José Neto é um exemplo disso, que após se formar em direito, agora trabalha com Libras.

Os intérpretes podem atuar em diversas áreas, como jurídica e empresarial, e até nas redes sociais. Além de cursos e mentorias. É a acessibilidade chegando a todos os cantos.

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