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Operação em Aparecida de Goiânia investiga esquema de corrupção em UTIs

Última atualização 19/08/2021 | 12:12

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a 3ª e 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prossus), deflagrou na manhã desta quarta-feira (18) a Operação Ethon, que apura crimes de contratação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (IGES-DF). São cumpridos 61 mandados de busca e apreensão.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal, Amazonas, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Em Goiás, os mandados foram cumpridos no munícipio de Aparecida de Goiânia no Centro Médico Garavelo.

A investigação foi conduzida diretamente pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e revelou uma esquema instalado no Iges-DF que resultou no desvio de milhões de reais em dois contratos destinados a fornecimento emergencial de leito de UTI´s, entre o período de março a outubro de 2020.

Além do superfaturamento de preços ofertados pelas empresas que participaram da seleção e do direcionamento das contratações em favor das empresas, também foi apontado que as instituições não forneceram insumos, medicamentos e mão de obra em quantidade e qualidade exigidos. As ilegalidades praticadas tiveram como consequência uma alta na taxa de mortalidade em leitos de UTIs de alguns hospitais administrados pela empresa.

As empresas contratadas foram a DOMED, responsável por 50 leitos no Hospital Regional de Santa Maria e a Organização Aparecidense de Terapia Intensiva – OATI, que forneceu 20 leitos no Hospital de Base e outros 10 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.

No DF, o MPDET contou com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal – PCDF. Nos demais estados, os pedidos de buscas foram cumpridos em conjunto aos Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Amazonas, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e Tocantins. Além deles, também atuou na operação o Departamento de Operações Policiais Estratégicas – DOPE/PCSP.

O nome da operação faz alusão a ETHON que, segundo a mitologia grega, era o abutre enviado por Zeus diariamente ao monte Cáucaso para devorar o fígado de Prometeu. O fígado de Prometeu se reconstituía completamente para, no dia seguinte, voltar a ser devorado por Ethon.