Operação Fittizia: Comboio do Cão lavava dinheiro em padarias fantasmas

Comboio do Cão lavava dinheiro em padarias e distribuidoras fantasmas

A facção e outros criminosos usavam empresas de fachadas de empreendimentos imobiliários e até de produção de concreto para lavar dinheiro. O esquema sofisticado de lavagem de dinheiro e fraudes financeiras conduzidas pelo Comboio do Cão (CDC) usava quatro padarias, duas distribuidoras de bebidas, além de empreendimentos imobiliários e empresas que supostamente produziam concreto.

De acordo com as investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), a estrutura envolvia a criação de empresas fictícias utilizadas para ocultar e movimentar recursos provenientes de atividades ilícitas, dificultando o rastreamento de sua origem. A operação Fittizia foi desencadeada nas primeiras horas desta quinta-feira, para desmantelar o braço financeiro da fação. Os policiais civis cumprem 14 mandados de prisão cautelar e 14 mandados de busca e apreensão.

As medidas judiciais foram executadas nas regiões de Ceilândia, Taguatinga e Vicente Pires, bem como nos municípios de Padre Bernardo (GO) e João Pessoa (PB). Além disso, foram cumpridos mandados de sequestro de imóveis e bloqueio de valores ilícitos.

A investigação teve início em junho deste ano, quando um faccionado local, foragido e alvo de outra operação da Draco, foi localizado e preso. O indivíduo utilizava um documento de identificação falso, evidenciando o uso de fraudes e identidades falsas como parte do modus operandi da organização criminosa.

A partir do aprofundamento desses fatos, foi identificada pelos policiais uma rede criminosa estruturada que operava por meio de empresas fantasmas, utilizando contas bancárias em nome de laranjas para lavar dinheiro obtidos em esquemas fraudulentos ou amealhado com a prática de outros crimes.

O nome “Fittizia” foi escolhido como título da operação para destacar o caráter fictício das empresas utilizadas pelo esquema criminoso desmantelado. A palavra deriva do italiano e significa “fictícia” ou “falsa”, referindo-se diretamente à principal estratégia da organização criminosa: a criação de empresas fantasmas para ocultar a origem ilícita dos recursos, dificultando a identificação e o rastreamento dos bens adquiridos por meio de atividades ilegais.

Assim, o nome simboliza o uso de estruturas fraudulentas e fictícias como ferramenta central para a lavagem de dinheiro e fraudes financeiras. Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do DE no Instagram. Receba notícias do DE no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do DE: (61) 9119-8884.

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Jovem baleada por PRF no RJ: o que se sabe e o que falta esclarecer

Jovem baleada por PRFs no RJ: o que se sabe e o que falta esclarecer

A jovem Juliana Leite Rangel está em estado gravíssimo após ser baleada na cabeça, com um disparo efetuado por um policial da PRF.

A abordagem de três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite da última terça-feira (24/12), terminou com uma jovem gravemente ferida em DE. Juliana Leite Rangel, 26 anos, foi atingida com um tiro na cabeça, após os policiais abrirem fogo contra o carro em que ela estava junto da família.

A Polícia Federal (PF) anunciou ter instaurado inquérito para apurar a ocorrência. Entretanto, o caso, por envolver disparos contra o carro de uma família desarmada que ia a uma ceia de Natal, catalizou discussões sobre os limites do uso da força pelas polícias e sobre a necessidade de ferramentas de controle, como o uso de câmeras corporais pelos agentes.

Inicialmente, os policiais teriam dito à família da jovem baleada que teriam sido alvo de disparos antes de abrir fogo contra o carro. As vítimas rechaçam a versão e dizem que os agentes saíram da viatura já atirando. Caberá, assim, à PF esclarecer as circunstâncias que levaram aos disparos contra o veículo onde estava Juliana.

Em nota, a Polícia Federal informou que, após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal, uma equipe esteve à cena do crime para realizar as medidas iniciais, “que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”.

A PRF, por sua vez, destacou que os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. “A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da direção-geral, a coordenação-geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”, frisou. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, lamentou o ocorrido e informou que a pasta está empenhada para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas.

Os disparos ocorreram na BR-040, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O pai da vítima, Alexandre da Silva Rangel, 53, que dirigia o veículo alvo dos tiros, teria ligado a seta para sinalizar que ia encostar ao ouvir a sirene do carro da polícia. No entanto, segundo ele, os agentes saíram do veículo atirando.

Após ser baleada na cabeça, Juliana Leite foi levada por agentes da PRF para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, no mesmo município. A jovem, então, foi intubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. Em nota, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem segue internada no CTI. “A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou.

O caso revive outros momentos em que abordagens da PRF resultaram em mortes. Em setembro de 2023, por exemplo, Heloísa dos Santos Silva, de apenas 3 anos, morreu após ser atingida por disparos na coluna e na cabeça quando estava dentro do carro da família. Os disparos foram realizados por agentes da PRF durante uma abordagem policial no Arco DE, na Baixada Fluminense (RJ).

No início deste mês, o Tribunal do Júri de Sergipe condenou, na sexta-feira (6/12), três ex-policiais rodoviários federais pela morte de Genivaldo de Jesus Santos. Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia foram responsabilizados pelo homicídio, em maio de 2022, durante uma abordagem truculenta. Na ocasião, Genivaldo morreu, após ser trancado dentro de uma viatura da corporação e sufocado com uma grande quantidade de gás, disparado propositalmente pelos policiais. Os ex-agentes foram julgados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.

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