Padrasto enviou mensagem para sogra como disfarce da morte de menino, diz delegado

De acordo com o delegado responsável pelo caso Adelson Candeo, José Domingos dos Santos, padrasto do menino Pedro Lucas de apenas 9 anos, havia enviado mensagens para a avó do enteado no dia do desaparecimento como uma maneira de disfarçar o assassinato cometido. 

Ainda segundo Candeo foram trocadas três mensagens no último dia em que a criança havia sido vista e no próximo. A Polícia Civil (PC) divulgou partes do diálogo entre o suspeito que foi preso na última segunda-feira,08, e a sogra.

Durante a primeira mensagem, que foi enviada à avó no dia 1° de novembro às 16h47, José Domingos pergunta para a sogra se a criança está na casa dela. Esse fato levantou suspeitas uma vez que ele sabia que normalmente o menino estaria na rua ou teria ido buscar o irmão na escola. 

Em seguida, às 16h48, o padrasto diz à sogra que Pedro Lucas precisa voltar rapidamente para casa, pois a mãe havia deixado tarefas para ele fazer em casa e ele não teria obedecido às ordens. Esse trecho, porém, é incompatível com o relato da mãe que afirmou à polícia não ter deixado atividades domésticas ao filho. 

“A mãe dele deixou um negócio aqui para ele fazer, ele sumiu e não fez. A mãe dele vai bater nele na hora que ele chegar”, disse José na mensagem. 

O padrasto só voltou a falar com a avó  em 2 de novembro, às 6h20 min afirmando novamente que o menino teria sumido e que quando a criança se comportava assim a mãe dela ficava com raiva e o culpava. “Eu tenho culpa que o Pedro faz essas coisas não”, disse em mensagem. 

Às 16h58 do mesmo dia, o suspeito manda outra mensagem a sogra. “O Pedro não tem mais jeito não. A gente fala para ele, só que a gente tem que bater mesmo, né!? O filho não é meu, nem ando batendo, mas vejo a mãe dele brigando com ele aqui no 12. Pedro não tem mais jeito não”. 

Para o delegado, a preocupação constante do padrasto nas trocas de mensagens foi usada como uma maneira de disfarçar a morte do menino. 

O Caso 

Pedro Lucas foi visto pela última vez no dia 1° de novembro de 2023. Ele havia saído de casa para levar o irmão mais novo até a escola e depois foi assistir aulas onde estudava em Rio Verde.

As imagens encontradas pela Polícia Militar (PM) nas câmeras de segurança mostram o garoto em uma mercearia próximo a casa da família ás 12h50. Ele conversa com uma garota que aparenta ter a mesma idade, que foi ouvida sobre o caso por uma psicóloga.

Após se passarem três dias depois do desaparecimento de Pedro, a família procurou a polícia. Em depoimento ao delegado, a mãe afirmou que o filho iria para a casa da avó, porém, acabou contradizendo os fatos. Ela alegou ter mentido por medo de perder a guarda dos dois irmãos da criança.

Devido a quantidade do tempo do desaparecimento, o caso passou a ser investigado como homicídio. O delegado responsável, Adelson Candeo informou que é o maior prazo já registrado na cidade.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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