Padre recebe cálice envenenado após denunciar máfia italiana

Padre recebe cálice envenenado após denunciar máfia italiana

Um padre católico recebeu um cálice envenenado e, por pouco, não bebeu o conteúdo enquanto celebrava uma missa em Calábria, na Itália. O religioso percebeu a presença do veneno logo após se manifestar contra uma organização mafiosa presente na cidade italiana.

A situação ocorreu no dia 24 de fevereiro, durante uma missa. Felipe Palamara percebeu o cheiro de água sanitária no cálice e suspendeu imediatamente a celebração religiosa, chamando a polícia logo em seguida. Mais tarde, a corporação determinou que os recipientes de água e vinho da igreja estavam misturados com água sanitária.

Em depoimento, o padra confessou acreditar que toda a situação se passava de uma tentativa para envenená-lo projetada pela máfia ‘Ndrangheta, uma das mais populares do país. “Tenho certeza de que este ato de intimidação não tem nada a ver com os meus paroquianos porque estou aqui há 10 anos e sempre tive boas relações com as pessoas da paróquia”, disse o padre ao jornal “Corriere della Sera“. “Não permitimos que ninguém faça mal à paróquia. Ninguém pode parar uma cidade que merece redenção e que quer crescer”, acrescentou.

Conhecida como ‘Ndrangheta, o grupo criminoso é considerado um dos mais ricos do mundo, ganhando milhões em dólares com o tráfico de cocaína durante décadas. Recentemente, os traficantes mafiosos conseguiram expandir toda a venda para a Europa, devido a perca de influência da máfia siciliana.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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