Padre Robson comprou até casa de praia com a Afip, diz MP

A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) se tornou “uma grande empresa”, conforme informou o Ministério Público (MP), que realizou uma operação para apurar os gastos da entidade. A Afipe é responsável por administrar o Santuário Basílica de Trindade e o Padre Robson era quem comandava a associação, mas pediu afastamento após as investigações do MP. Os promotores investigam se o órgão religioso desviou R$ 120 milhões de doações para comprar imóveis, como casa de praia e fazendas.

As investigações indicam que algumas empresas com as quais a Afipe negociava tinham os mesmos sócios e funcionavam no mesmo endereço. Entre elas, estavam a WKS Empreendimentos Imbiliários, Via Maia Administradora de Bens, KD Administradora de Bens e Terra Nobre Administradora de Bens. Todas elas tinham em seus quadros de sócios Ademar Euclides Monteiro e Marcos Antônio Alberti e funcionavam em um prédio na Avenida Jamel Cecílio, em Goiânia.

Segundo o MP, em dez anos a Afipe movimentou R$ 2 bilhões, que não foram usadas somente em ações ligadas à igreja. “As contas bancárias da Afipe foram usadas para comprar fazendas, residências em condomínio fechado, apartamentos em São Paulo, em Goiânia, fazendas em todo Brasil, mineração. A Afipe, hoje, é uma grande empresa. Ela tem o argumento religioso, mas elas se converteu em uma grande empresa do estado de Goiás, que explora inúmeras atividades, agropecuária, mineração. Ela compra inúmeros imóveis e vende inúmeros imóveis”, afirmou o promotor Sebastião Marcos Martins.

Entre os bens que foram comprados pela Afipe estão uma fazenda no valor de R$ 6 milhões, em Abadiânia, e uma casa de praia na Bahia, no valor de R$ 2 milhões. Os advogados do padre Robson negam irregularidades no uso do dinheiro das doações, que chegava a R$ 20 milhões por mês e eram enviadas por fiéis de todo o Brasil. Segundo eles, os investimentos em outras áreas eram uma forma de tentar aumentar os lucros da igreja e, assim, poder expandir as obras sociais.

 

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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