Pandemia fez parte dos goianos sobreviver com R$ 92 mensais

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A pandemia afetou drasticamente o orçamento mensal dos goianos, conforme levantamento divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados referentes ao ano passado apontam que a renda média das famílias caiu, ficando abaixo da média nacional, e a desigualdade aumentou. Ao todo, 359 mil goianos viveram com cerca de R$ 92 por mês em 2021.

O recorde social negativo ocorreu mesmo com políticas de transferência de renda em nível federal, estadual e municipal. O alívio foi sentido momentaneamente, considerando a alta da inflação e o impacto direto para itens básicos como alimentos, os mais sentidos pelas famílias mais pobre em todo o País. 

Um dado considerável no estudo é o de apenas 60,5% de goianos com algum tipo de renda no ano passado. Para piorar, o rendimento médio da população em Goiás foi o menor da última década, ficando em R$ 2.101, quantidade 3,5% menor do que a registrada em 2020. Nacionalmente, o valor é de R$ 2.265. Por outro lado, os mais ricos ganharam 1,9% a mais por mês.

A queda atingiu mais as mulheres brasileiras, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). Elas ganham 16% menos do que eles. A diferença verificada no levantamento fica ainda maior comparando a cor dos entrevistados. Os pretos recebem R$ 794 a menos por mês do que os brancos.

“Esse aumento no índice medidor de desigualdade é explicado pela maior redução da renda entre as classes com menores rendimentos em detrimento das classes com maiores rendimentos”, explica o instituto. O problema foi registrado em todas as regiões do País.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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