Parque Mutirama falta até papel higiênico, denunciam servidores

Parque Mutirama falta até papel higiênico, denunciam servidores

Apesar do decreto de reabertura do Parque Mutirama estabelecer lotação máxima de 1,8 mil pessoas por dia por causa das medidas de distanciamento que devem ser adotadas para prevenção da Covid-19, funcionários do parque denunciam que desde sua abertura o Mutirama tem recebido em média 3 mil pessoas nos finais de semana, o que tornou a se repetir no sábado e no domingo.

Os 22 funcionários denunciaram ao Ministério Público a falta de alvará e de relatórios de conformidade referentes a manutenção dos brinquedos. “Tem brinquedo que está dando problema com os operadores, sem condição de uso e que podem causar acidentes”. O Diário do Estado teve acesso à denúncia que é investigada pela promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira, da 5ª Promotoria do Ministério Público de Goiás. Ela deu prazo de 15 dias para que os órgãos responsáveis se manifestem em relação a denúncia.

Vale transporte 

Os servidores reclamam ainda que, apesar de contar no contrato firmado com a autarquia, desde março do ano passado eles não recebem mais vale-transporte. Todos recebem salário mínimo. “Tem dia que o funcionário fica sem comer para poder pagar o transporte porque se faltar tem o dia descontado. E é nosso direito receber o vale transporte”, disse um servidor que prefere não se identificar.

Além disso, denunciam que não recebem equipamentos de proteção individual e que nos banheiros do parque faltam sabão, papel higiênico e álcool em gel. “Trabalhamos sem qualquer benefício”.

 

Aglomeração com pessoas sem mascaras no Parque Mutirama em Goiânia.

Versão da Agetul 

O presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Valdery José da Silva Júnior entrou em contato com o Diário do Estado após a publicação desta notícia e de acordo com ele, não faltam insumos no Mutirama. “É absurdo falarem que falta até papel higiênico aqui porque o parque está bem cuidado. E é mentira que há superlotação. Sempre que chegamos a um público de 1800 pessoas, só entra mais 20 se saírem 20. É tudo muito controlado”, afirma.

Quanto à denúncia de que os servidores do parque não estão recebendo vale transporte, Valdery Júnior assegurou que o pagamento de um auxílio de transporte era feito indevidamente aos servidores até março deste ano, quando a Procuradoria do Município identificou o erro e enviou parecer determinando o encerramento do pagamento. O benefício não constava no concurso público para o provimento destas vagas.

* Rosana Melo, especial para o Diário do Estado

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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