Última atualização 25/06/2022 | 15:45
O pastor goiano Gilmar Santos, que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), relatou em uma entrevista, no dia 9 de abril de 2021, que cooperou para fazer a aproximação entre prefeitos e o ex-ministro da Educação (MEC) Milton Ribeiro, preso na última quarta-feira, 22, pela PF suspeito de tráfico de influencia e corrupção. Esse papel teria sido desempenhado quando Milton estava à frente da pasta. O ex-chefe do MEC também participou da entrevista a uma emissora de televisão a convite de Gilmar.
“A nossa pequeníssima cooperação em aproximá-los do ministro [Milton Ribeiro] e de sua equipe técnica me deixou realizado por ver que eles saíram de lá com brilhos nos olhos, entendendo que há recursos à disposição para seu município e eles dependiam só de orientações”, detalhou o pastor na época.
O pastor Gilmar, que é presidente nacional da Assembleia de Deus Cristo para Todos, contou que os prefeitos de municípios do interior precisavam de uma aproximação com o ministério e dos treinamentos que a pasta oferecia, para descobrirem que “o MEC é deles”.
Ainda na entrevista, o então ministro Milton Ribeiro, chegou a falar que tinha medo de lobistas e que a intenção de fazer reuniões com prefeitos era para dar ciência de toda a estrutura que o MEC tinha de financiamento de obras, escolas e ônibus.
“Como não sou político, tenho medo de lobistas, de intermediários. Quero levar os prefeitos diretos à fonte”, comentou Ribeiro.
Prisão
Tanto Gilmar quando Milton foram liberados está semana após audiência de custódia. Em sua rede social, o pastor disse que é inocente e que a prisão foi ilegal. Além de Gilmar Santos, o pastor goiano, Arilton Moura, o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia, Helder Barbosa, e o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Educação (MEC), Luciano Musse, também são investigados por atuar informalmente junto a prefeitos para a liberação de recursos do MEC. Porém, todos negam os crimes.