O governo Jair Bolsonaro pediu ao governo chinês em duas ocasiões a troca de seu embaixador no Brasil, Yang Wanming, por causa de desavenças entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o diplomata. O governo chinês, no entanto, ignorou os pedidos e já sinalizou que manterá o embaixador.
A solicitação foi feita em abril e reiterada em novembro após agressões verbais do deputado federal ao país asiático. Em março de 2020, o filho de Jair Bolsonaro publicou um texto comparando a pandemia da Covid-19 ao acidente nuclear de Tchernóbil (1986) e afirmou que o regime chinês tinha responsabilidade pela disseminação da doença.
“Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. Mais uma vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas”, escreveu o deputado na época.
Yang classificou a fala de Eduardo como um “insulto maléfico” e o perfil oficial da embaixada veiculou uma publicação acusando o deputado de ter contraído um “vírus mental”.
Já em novembro, o deputado afirmou que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. Em nota, a embaixada disse que a declaração foi “totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento”.