PF invesiga grupo suspeito de aplicar golpes no auxílio emergencial

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (20) em Macapá e também em Ciudad del Este, no Paraguai, na fronteira com o Brasil. Os alvos são investigados por integrar um grupo que desviou R$ 65,5 mil de 35 contas do auxílio emergencial.

Conforme investigação da PF, o grupo é formado por 4 pessoas, alguns com vínculo familiar, que utilizaram benefícios depositados em 35 contas “Caixa Tem”, de diversas localidades do país.

Segundo a polícia, o golpe foi aplicado da seguinte forma: a quadrilha realizava o cadastro da “conta-vítima” no aplicativo da Caixa, banco responsável por distribuir o auxílio emergencial.

“Quando o recurso era disponibilizado (na conta-vítima), os criminosos realizavam imediatamente pagamentos e transferências, como forma de camuflar a fraude, direcionando os valores, ao final das operações, para contas dos investigados. Quando as vítimas, que tinham seus dados usados pelos investigados, requeriam o benefício, descobriam que supostamente já tinham recebido”, descreveu a PF, em nota.

A operação é resultado de um trabalho conjunto da PF, Ministério Público Federal (MPF), Ministério da CidadaniaCaixa Econômica FederalReceita Federal, Controladoria-Geral da União (CGU)Tribunal de Contas da União (TCU), instituições que participam da Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE).

Segundo o G1, os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato majorado, associação criminosa e lavagem de dinheiro, e se condenados poderão cumprir pena de até 20 anos de reclusão.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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