PF prende em Goiás suspeitos de tráfico de munições entre EUA e Brasil

Munições apreendidas durante a Operação Golden Gate

PF prende em Goiás suspeitos de tráfico de munições entre EUA e Brasil

A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante nesta quinta-feira, 29, em Goiânia, duas pessoas suspeitas de tráfico internacional de munições e associação criminosa. As prisões fizeram parte da Operação Golden Gate, deflagrada em parceria com duas agências norte-americanas: a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) e a Agência de Aduanas e Proteção de Fronteiras (Customs and Border Protection – CBP).

“Estamos nesse trabalho investigativo porque configura um delito muito grave, que a Polícia Federal junto às agências americanas tem combatido com muita força através do nosso órgão central, que presta esse apoio junto à Força Tarefa Internacional de Tráfico de Armas e Munições [FICTA], sediada em Brasília. A partir daí desenvolveu esse trabalho e combinou justamente com essas buscas e apreensões hoje”, afirmou o delegado regional de Polícia Judiciária, Rodrigo Teixeira, em entrevista coletiva.

Sete mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Goiânia e Trindade, além de um mandado de busca e um de prisão na cidade de São Francisco (Califórnia), nos Estados Unidos. Segundo balanço preliminar da PF, até o momento também foram apreendidas 15 armas apreendidas e uma grande quantidade em espécie em moeda estrangeira: R$ 12.000 reais e US$ 61.700 dólares.

Modus operandi

A investigação teve início em setembro de 2021, durante fiscalização da Receita Federal no Porto de Santos, no estado de São Paulo. Mais de 12 mil munições de uso restrito foram encontradas em um contêiner proveniente dos Estados Unidos, destinado a um morador de Goiânia. As munições foram adquiridas legalmente nos Estados Unidos, acompanhadas de notas fiscais de compra emitidas.

De acordo com Rodrigo Teixeira, um goiano que reside em São Francisco há 20 anos era o responsável pela logística de encaminhar essas munições para o estado. “No primeiro momento, essas munições eram encaminhadas para CACs – colecionadores, atiradores e caçadores – que tinham registro no Exército, na modalidade atirador desportivo, mas em um volume realmente que não condiz com a prática do esporte que poderiam ser praticadas”, acrescentou.

Imagens do local de prisão do alvo nos EUA
Imagens do local de prisão do alvo nos EUA (Foto: Divulgação/PF)

“A compra lá era legal, o problema é a remessa, que era feita de maneira ilegal, irregular. Não era feito os devidos registros, as devidas informações não eram prestadas tanto às autoridades americanas, quanto às autoridades brasileiras.” A partir dessa apreensão, a PF e a HSI identificaram que dezenas de outros contêineres, provenientes dos Estados Unidos, também destinados a moradores de Goiás, adotaram o mesmo padrão de remessa nos meses seguintes.

Golden Gate

O nome da operação é uma alusão à ponte cartão-postal da cidade de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, local de aquisição das munições pelos investigados e onde funcionava a logística de remessa clandestina das munições para o Brasil. Os investigados tiveram seus registros suspensos e a determinação de apreensão de suas armas de fogo e munições.

“A partir de agora, nós vamos fazer a análise do material que foi apreendido, imputar a responsabilidade a cada um dos envolvidos na medida da sua responsabilidade e procurar ver quem mais está envolvido com o tráfico e qual o destino final talvez dessa quantidade de munições. Pode ser que ela teria um destino talvez diferente daquele com qual o adquirente fez a compra. Com o desenrolar da investigação, pode ser que venham a responder por outros delitos”, finalizou o delegado.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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