PGR se manifesta contra inclusão de Tarcísio em inquérito sobre golpe
O Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, apresentou sua manifestação contrária à inclusão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022 e que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Gonet sugeriu o arquivamento de uma representação movida pela Bancada Feminista do PSol na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que pedia a inclusão de Tarcísio no inquérito devido à sua visita a Bolsonaro no Palácio do Alvorada no dia em que teria sido discutida e redigida a minuta do golpe.
Segundo a representação da bancada psolista, seria “pouco crível” que Tarcísio, descrito como “fiel assecla” de Bolsonaro, teria comparecido ao Palácio no mesmo dia “apenas tratar de amenidades ou ali passou somente para um ‘cafezinho’ com o ex-presidente”.
O PGR afirmou que “não há elementos” que indiquem a participação de Tarcísio na reunião em si. O inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe foi concluído pela Polícia Federal (PF) em novembro do ano passado e indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Braga Netto foi preso em dezembro passado por obstrução à Justiça no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe. A decisão do PGR em sugerir o arquivamento da representação contra Tarcísio mostra a complexidade e a sensibilidade das questões políticas envolvidas no contexto dos acontecimentos.
Agora, cabe às autoridades competentes analisarem as provas e os argumentos apresentados para chegarem a uma conclusão justa e imparcial sobre a participação de Tarcísio no inquérito do golpe. A transparência e a investigação minuciosa são essenciais para garantir a integridade das instituições e a confiança da população nas decisões tomadas em casos tão delicados como esse.