Pilar de Goiás: MP-GO aumenta multa aplicada em mineradora por danos ambientais

Pilar de Goiás: MP-Go consegue aumentar valor de multa aplicada em mineradora que causou danos ambientais na cidade

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), teve seus argumentos acatados pelo judiciário, conseguindo a ampliação da medida liminar que proibiu o uso de dutos para o transporte de rejeitos de minério, pela mineradora Pilar de Goiás Desenvolvimento Mineral, até a execução de um projeto técnico ambiental válido.

Com o deferimento do pedido do MP, a multa a ser aplicada foi aumentada para o valor de R$500 mil, em caso de descumprimento da proibição. Segundo o promotor de justiça, Francisco Borges Milanez, em 2020 o MP propôs ação civil pública planejando a responsabilização da empresa por danos ambientais ocasionadas em função do rompimento dos dutos utilizados pela mineradora, para o transporte de seus rejeitos.

Proibições

Na ocasião foi proposto a proibição da empresa de utilizar os dutos de transporte de rejeitos propondo a aplicação de multa pelo descumprimento da liminar. A liminar já havia proibido a empresa de utilizar a extensão dos dutos nos locais onde vazamentos foram registrados nos anos de 2014 e 2019. Agora, a proibição alcança toda a extensão dos dutos que transportam os rejeitos.

Um novo acidente, de mesma natureza foi registrado em abril e em novembro deste ano, fazendo com que o Rio Vermelho se contaminasse com a lama produzida pela atividade da empresa.

Contaminação de locais e mortandades de peixes

“É a quinta vez, só em 2021, que 3 danos ambientais foram registrados. A tubulação da empresa requerida, que transporta o rejeito da atividade minerária, se rompeu e derramou no meio ambiente um material tóxico, carregando tais rejeitos para córregos, matas, propriedades privadas e cursos d’água próximos ao local onde a tubulação da mineradora se rompeu”, relatou o promotor Francisco Borges Milanez.

Francisco Borges ressaltou que, o dano provocado pela empresa em Pilar de Goiás, na semana passada foi atestado por auto de infração e relatório ambiental, que comprovam a mortandade de peixes no local. O promotor ressalta que durante a ação civil pública, a mineradora descumpriu de forma reiterada a medida liminar, levando o Ministério Público, a solicitação de medidas mais rígidas. Devido o descumprimento da liminar de abril de 2021, foi solicitado a aplicação de multa.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp