PM é filmada batendo em mulher que espancou filha de 11 anos, em Pernambuco

Uma policial militar foi filmada dando um tapa na cara de uma mulher, de 27 anos, acusada de agredir a filha. O caso aconteceu na última sexta-feira, 26, na cidade de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. A criança, de 11 anos, foi resgatada por vizinhos com diversos ferimentos no corpo.

De acordo com a conselheira tutelar Alzenir Vasconcelos, responsável pelo caso, a mulher agrediu a filha após ser acordada pela briga de outros dois filhos que jogavam videogame. Os vizinhos decidiram socorrer a criança após ouvir gritos vindo da residência da família.

Vídeos enviados pelas testemunhas a TV Globo mostraram a mulher discutindo com pessoas que tentavam ajudar a criança. “Tão preocupado com a saúde dela agora, é? Porque ninguém vem perguntar como que tá se passando a minha vida aqui na minha casa. Aí na hora que eu faço ‘uma negócia’ desse com a minha filha, aí vem vizinho, papagaio, periquito, para ajudar. Não se preocupe”, disse a mulher na gravação.

Apesar da discussão com a mulher, os vizinhos decidiram prestar socorro a criança e, juntos com a mãe, conduziram a vítima até o Hospital João Murilo de Oliveira. Na unidade de saúde, policiais que estavam no local perceberam que a mãe se negava a deixar a criança desembarcar do carro por aplicativo.

Foi neste momento que a PM puxou a mulher do carro e, ao perceber os ferimentos da criança, a agrediu com um tapa no rosto. “Foi tu que fizesse isso? Foi tu que fizesse isso com ela, não foi? Pronto, você não gosta de bater, né? Você não gosta de bater? Você não gosta?”, disse a policial durante a abordagem.

Em nota, a Polícia Militar disse que “abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da abordagem policial e tomar as providências necessárias”.

A Polícia Civil informou que a mulher foi autuada em flagrante pelos crimes de lesão corporal por violência doméstica/familiar. Após procedimentos administrativos, a suspeita passou por audiência de custódia e está sob disposição da Justiça.

Vizinhos acionaram o Conselho Tutelar

Chocados com as agressões sofridas pela criança, os vizinhos da família decidiram acionar o Conselho Tutelar para cuidar do caso. Segundo a conselheira Alzenir Vasconcelos, apesar de não ter registros, a menina relatou já ter sido agredida diversas vezes pela mãe.

O Conselho Tutelar permaneceu com a criança das 15h30 até as 23h, quando ela foi entregue em segurança para outros responsáveis. Segundo a corporação, a vítima estava cheia de hematomas, um pouco debilitada e com dificuldade para andar. “Ela foi avaliada pelo ortopedista e pelo pediatra da unidade de emergência. Logo depois, ela recebeu alta e ficou sob a responsabilidade do Conselho Tutelar”, explicou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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