PM resgata inglês após fechamento de clínica de reabilitação em Caldas Novas

Inglês resgatado após ser mantido em cárcere privado em clínica

A Polícia Militar fechou uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, localizada no Residencial Eldorado Park II, em Caldas Novas, no sul de Goiás. A ação foi desencadeada após denúncias de cárcere privado envolvendo um cidadão britânico identificado como Robert Witchell, de 54 anos. O caso foi registrado nesta segunda-feira, 22.

Segundo informações da PM, Witchell teria sido internado compulsoriamente na clínica por quatro homens, após ter sido levado à força. Ao chegarem ao local, os policiais não encontraram os responsáveis técnicos e legais, nem o alvará de funcionamento.

A vítima relatou à polícia que sua esposa solicitou uma quantia significativa em dinheiro em meados de dezembro de 2023, mas seu pedido foi recusado. Em resposta, a mulher teria contratado a clínica em Caldas Novas, que o teria mantido em cárcere privado por aproximadamente 30 dias, segundo Witchell.

Surpreendentemente, o inglês conseguiu pedir ajuda através de um e-mail enviado para seu ex-segurança. Ele revelou que, embora seus acessos ao computador fossem monitorados constantemente por um funcionário da clínica, encontrou um breve momento de distração para relatar suas condições e solicitar socorro às autoridades policiais.

O gestor da clínica foi autuado em flagrante pelos crimes de sequestro e cárcere privado. A Polícia Civil está agora conduzindo uma investigação aprofundada sobre o caso. Até o momento, o nome do suspeito não foi divulgado, e a reportagem não conseguiu contatar sua defesa.

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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