Polícia Civil prende suspeitos de roubar cargas e vender a estabelecimentos de Goiânia

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), deflagrou nesta quinta-feira, 18, a Operação Formaggio. A ação resultou na prisão em flagrante de três indivíduos e na recuperação de uma carga de queijo avaliada em R$ 500 mil. Durante a operação, os policiais civis também apreenderam valores e cheques relacionados à venda de produtos roubados. Dois dos autores foram presos no Jardim Guanabara, em Goiânia, e outro na cidade de Santo Antônio de Goiás.

As investigações tiveram início após o conhecimento de um roubo ocorrido no dia 12 de fevereiro deste ano, em um posto de combustível localizado no município de São Luiz do Norte. Na ocasião, o motorista que transportava a carga foi abordado, rendido e mantido em cárcere por criminosos armados sob ameaça de morte. A vítima só foi liberada depois de ter ficado 12 horas em cativeiro.

A partir daí, várias apurações foram realizadas até resultar na prisão dos três suspeitos. Investigações da polícia indicam que os detidos fazem parte de uma organização criminosa especializada em roubos de cargas. Eles eram os responsáveis por receptar a carga roubada e vender os produtos para diversos estabelecimentos comerciais localizados na região metropolitana de Goiânia.

Com os investigados, foi apreendida a quantia de R$ 45.690,00 em dinheiro e R$ 630 mil em cheques, valores provenientes da comercialização ilícita de mercadorias roubadas. As investigações apontaram ainda que os detidos fraudavam a emissão de notas fiscais para parecer que os produtos não tinham origem ilícita.

As empresas que forneciam as notas fiscais falsas já foram identificadas e devem ter os alvarás de funcionamento suspensos ou cancelados. Estima-se que o grupo criminoso, somente nos últimos 12 meses, causou um prejuízo de mais de R$ 10 milhões às vítimas. Os envolvidos responderão por receptação e associação criminosa.

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Desabamento de ponte TO-MA deixa 16 pessoas desaparecidas

Dois dias após o desabamento da ponte que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) sobre o Rio Tocantins, uma força-tarefa composta por agentes dos dois estados e do governo federal continua as buscas por desaparecidos. O incidente ocorreu no domingo, 22. A Polícia Militar do Tocantins confirmou, até a manhã de terça-feira, 24, a morte de duas mulheres.

Uma das vítimas era uma residente de 25 anos de Aguiarnópolis, enquanto os dados da outra vítima ainda não foram divulgados. Além disso, um homem de 36 anos foi encontrado vivo e levado ao hospital de Estreito com uma fratura na perna. Atualmente, 12 adultos e três crianças permanecem desaparecidos.

Veículos envolvidos no acidente

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos oito veículos caíram no rio: quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas. A presença de veículos carregados com ácido sulfúrico e herbicidas complica as buscas, pois as autoridades aguardam os resultados de exames da água para determinar se é seguro iniciar os trabalhos de busca com mergulhadores.

A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. Como precaução, o governo do Maranhão orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nas cidades banhadas pelo rio Tocantins até que se confirme se esses produtos se diluíram e não oferecem risco.

Condições da Ponte Juscelino Kubitschek

A Ponte Juscelino Kubitschek, inaugurada nos anos 1960, tinha 533 metros e já apresentava problemas conhecidos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizou obras de reparos entre 2021 e 2023, mas a ponte necessitava de ‘obras de reabilitação’.

Em maio de 2024, um edital no valor de aproximadamente R$ 13 milhões foi lançado para a contratação de uma empresa especializada, mas a licitação fracassou. Um relatório obtido pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que o Dnit sabia da situação precária da ponte desde 2019.

O professor de engenharia civil da Universidade Federal do Tocantins, Fabio Ribeiro, atribuiu o acidente a uma série de falhas. O Ministério Público do Tocantins aguarda a conclusão dos laudos técnicos para analisar possíveis providências.

O Dnit interditou o local e decretou situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a reconstrução da ponte, com um prazo estimado de 12 meses e um custo entre R$ 100 a R$ 150 milhões. Durante uma coletiva de imprensa, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que mais de R$ 100 milhões serão destinados para a reconstrução imediata da ponte e que uma sindicância será instaurada para apurar responsabilidades.

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