Polícia Federal invade casa de Sérgio Reis

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis, nesta sexta-feira (20). O artista se tornou alvo da polícia após ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ao todo, são cumpridos 29 mandados de busca e apreensão. Os policias também cumprem mandados contra o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ).

Ao menos quatro endereços no Distrito Federal e no Rio de Janeiro ligados a Sérgio Reis e ao deputado Otoni de Paula são alvos das buscas policiais neste manhã. Em nota, a PF informou que o objetivo da operação é “apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

Na semana passada, um áudio onde Sérgio Reis aparece organizando uma manifestação para o dia 7 de setembro em Brasília foi publicado na internet. Nele, o cantor disse que caminhoneiros iriam parar o país se o Senado não afastasse ministros da STF de seus cargos.

“Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras [os ministros do STF] na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”, declarou Sérgio. “Se vocês não cumprirem em 72 horas, nós vamos dar mais 72 horas. Mas nós vamos parar o país. Já está tudo armado. O país vai parar… tudo. Norte a sul, leste a oeste. Os plantadores de soja vão colocar as colheitadeiras na estrada. Ninguém vai andar em carro particular, nem ônibus”, disse.

Sérgio foi denunciado pela Polícia Federal por suposta ameaça a democracia. Arrependido, o cantor fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais onde apareceu chorando e dizendo que tudo não se passava de uma ”brincadeira”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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