Prefeito do Rio defende aprovação de PL que altera regras de trabalho dos professores sem redução de direitos

Paes diz que aprovação de PL que muda as regras de trabalho de professores do
Rio não representa perda para categoria

Durante a reunião do Conselho da Cidade, prefeito destacou que mudança é ajuste
necessário para contas do município. PLC 186/24 foi aprovado na noite desta
quinta-feira (5) na Câmara de Vereadores.

Prefeito Eduardo Paes se reuniu com o Conselho da Cidade, nesta sexta-feira (6), no Impa Tech. — Foto: Cristina Boeckel / DE

O prefeito Eduardo Paes negou, na manhã desta sexta-feira (6), que a aprovação
do Projeto de Lei Complementar 186/24, que altera benefícios dos professores da rede municipal de educação, represente uma redução de direitos da categoria. A declaração foi dada durante a reunião do
Conselho da Cidade, no IMPA Tech.

“O que se aprovou na Câmara Municipal não retirou nenhum direito de ninguém, não
se massacrou professor”.

Paes destacou que a mudança é necessária para um ajuste nas contas da cidade.

“Você contrata um professor para trabalhar por 40 horas por semana. Em 2013,
você aprova uma legislação que precisa ter um terço do tempo dedicado ao preparo
de aulas. O Rio é a primeira prefeitura a praticar um terço do planejamento. Ou
seja, se você dava 40 horas de aula, vai passar para 26 horas de aula, e as
outras 14 horas você fica em casa corrigindo provas, preparando aulas”, disse.

“Significa que temos que colocar um terço a mais de professores que nós tínhamos
naquele momento. Imagina o custo. Mas beleza. Em 2019, isso passou despercebido,
tomaram uma decisão na Justiça de que uma hora corresponde a 50 minutos [de
aula]”.

O DE entrou em contato com o Sindicato dos Profissionais
da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) e aguarda um retorno.

400 MINUTOS DE AULAS A MAIS

Votação na Câmara do Rio — Foto: Edivaldo Dondossola/TV Globo

A principal mudança proposta pelo projeto é sobre a carga horária dos
servidores, que deixa de ser contabilizada por horas semanais e passará a ser
por minutos. O objetivo é recuperar os 400 minutos de aulas que deixam de ser
dados pela aula ter 50 minutos de duração.

Atualmente, os 50 minutos são contados como 1 hora/aula. Com a mudança, os
professores teriam que dar 24 tempos a mais de aulas por mês.

De acordo com Paes, a contagem da hora de aula tendo 50 minutos representa um
prejuízo de R$ 400 milhões por ano.

As declarações foram dadas durante a reunião do gabinete de transição da
prefeitura com o Conselho da Cidade, que recebeu um panorama das ações da atual
gestão e abriu espaço para discussões de projetos para o novo mandato.

O Conselho da Cidade do Rio de Janeiro é formado por mais de 300 cidadãos
cariocas, por naturalidade ou por opção, que se destacam por sua atuação pessoal
ou profissional.

Dos 51 vereadores, 31 votaram a favor do projeto e 15, contra; 5 parlamentares
não votaram. O projeto agora vai para sanção de Paes, que é o autor do PLC. Ele
terá 15 dias — após o recebimento do texto final — para decidir. Das 47
emendas apresentadas, 8 foram incluídas no texto que foi à votação.

Profissionais da educação seguem em greve desde o último dia 25. Uma nova
assembleia está marcada para esta sexta.

Eduardo Paes também criticou durante a reunião do Conselho da Cidade o Sepe,
sindicato que representa os professores. Ele considerou “difícil” o diálogo.

“Infelizmente, a categoria dos professores é representada por um sindicato
desses disfuncionais. O Sepe é um caso à parte, dominado por Psol, PSTU, PCO,
enfim, partidos muito à esquerda, muito radicais. Fica difícil qualquer diálogo
ali”, disse Paes.

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Jovem baleada no Rio: família denuncia demora no socorro pela PRF

Policiais rodoviários demoraram a socorrer jovem baleada no Rio, diz mãe

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está internada em estado gravíssimo. Família diz que processará o Estado.

Em depoimento, policiais da PRF reconhecem que atiraram em carro de jovem no Rio.

Baleada na cabeça na véspera de Natal, quando deixava a Baixada Fluminense para uma ceia em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Juliana Rangel, de 26 anos, demorou a ser socorrida pelos policiais, de acordo com a mãe da jovem.

Dayse Rangel, mãe de Juliana, falou da demora no atendimento. “Eles não socorreram ela. Quando eu olhei eles estavam deitado no chão batendo no chão com a mão na cabeça. E eu falei: ‘não vão socorrer não?’, questionou a mãe da jovem.”

A família da jovem estava na BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e seguia para a ceia de Natal, em Itaipu, Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A família foi surpreendida pelos disparos realizados por 3 policiais rodoviários federais.

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040. Dayse Rangel disse que quando viu os policiais, a família chegou a abrir passagem para a chegada deles ao carro, mas os agentes federais só atiraram. “A gente até falou assim: ‘vamos dar passagem para a polícia’. A gente deu e eles não passaram. Pelo contrário, eles começaram a mandar tiro para cima da gente. Foi muito tiro, gente, foi muito tiro. Foi muito mesmo. E aconteceu que, quando a gente abaixou, mesmo abaixando, eles não pararam e acertaram a cabeça da minha filha.”

Alexandre Rangel, pai da jovem, contou o que aconteceu: “Vinha essa viatura, na pista de alta (velocidade). Eu também estava. Aí, liguei a seta para dar passagem, mas ele em vez de passar, veio atirando no carro, sem fazer abordagem, sem nada. Aí falei para minha filha ‘abaixa, abaixa, no fundo do carro, abaixa, abaixa’. Aí eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha.”

Juliana Rangel, atingida na cabeça, foi levada para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. O estado de saúde dela, até às 22h desta quarta-feira (25), era considerado gravíssimo. A jovem foi medicada, passou por cirurgia e está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Os agentes usavam dois fuzis e uma pistola automática, que foram apreendidos. Em depoimento, os agentes reconheceram que atiraram contra o carro. Eles alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do veículo e deduziram que vinha dele.

Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.

“A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal.”

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