Prefeitura de Goiânia alerta para os riscos do descarte incorreto de objetos perfurocortantes

Juscinei Nogueira Santos, de 39 anos, trabalha na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) desde 2011, mas há duas semanas está afastado de suas funções por conta de um incidente com uma ripa com pregos, no Jardim América. “Estava recolhendo embalagens e caixas de papelão da via e colocando no caminhão caçamba quando pisei na tábua. Um dos pregos entrou no meu pé. A dor foi muito forte”, relata o servidor.

Juscinei foi levado a uma unidade hospitalar e foi submetido a exames. Desde então, está de atestado em casa. Nos próximos dias, vai passar por nova avaliação médica para saber se já tem condições de retornar ao trabalho. “Eu estava usando botas e luvas e mesmo assim me machuquei. Infelizmente, muitas pessoas não sabem a forma certa de se desfazer desse tipo de material e a gente acaba prejudicado”, lamenta.

Levantamento da Prefeitura de Goiânia, por meio da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), aponta que somente em agosto e setembro deste ano 44 colaboradores se feriram com objetos perfurantes e/ou cortantes durante o exercício de suas funções, em razão do descarte inadequado. “São cacos de vidro, agulhas, pregos, dentre outros. Itens que colocam em risco não somente nossos servidores, mas a população de modo geral”, afirma o presidente da Comurg, Alisson Borges.

“Qualquer pessoa que transita pela rua está sujeita a pisar num prego descartado da forma incorreta. Pregos, vidros e outros itens perfurocortantes devem ser acondicionados numa caixa de leite ou de sapato, separados do lixo doméstico. O ideal é vedar tudo com fita adesiva e colocar por fora um aviso de alerta para os coletores”, explica Borges.

O presidente da Comurg destaca, ainda, que além dos danos pessoais diretos aos trabalhadores os incidentes prejudicam também a prestação de serviços à comunidade. “Quando um servidor é afastado, precisamos readequar nossa programação para executar as atividades diárias de limpeza e urbanização. O fato é que nessas situações não conseguimos entregar os serviços com a agilidade desejada”, ressalta Alisson Borges.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp