Abadiânia: Preso suspeito de manter funcionários em situações de escravidão

Nesta segunda-feira (26), a Delegacia de Polícia (DP) de Abadiânia aprendeu um homem acusado de manter 11 funcionários em situações de trabalho escravo. Os agentes policiais chegaram até a zona rural após uma denúncia anônima.

Os funcionários estava trabalhando em situações desagradáveis, sem equipamentos de proteção individual, sem receber, sem água potável e sem dia de descanso na semana. Todos trabalhavam com corta de eucalipto em uma fazenda.

De acordo com as vítimas, muitos trabalhavam de chinelo e tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar, sendo que o valor das refeições seriam cobrados depois. Além disso, foi verificado que os alojamentos não possuíam camas, todos dormiam amontoados em colchões no chão, alguns deles eram feitos apenas de espuma.

As vítimas são do Maranhão e trabalhavam para manter a estadia e alimentação, visto que o empregador havia retirado os documentos e carteiras de trabalho de todos com a promessa de assinar a carteira. Porém, nenhum deles recebia o salário e estavam na fazenda porque não tinham para onde ir.

A autoridade policial deu voz de prisão ao empregador que foi encaminhado para o presídio. O mesmo responderá por redução à condição análoga à de escravo.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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