Principais candidatos à presidência da República abrem campanhas

Nesta terça-feira, 16, foram abertas as campanhas presidenciais para os 11 candidatos que planejam comandar o Brasil a partir do próximo ano. Entre os que mais fizeram barulho com os primeiros atos está o presidente Jair Bolsonaro (PL), que iniciou o projeto de reeleição com a primeira-dama Michelle Bolsonaro como protagonista. 

No primeiro ato oficial como candidato, o chefe do Executivo federal foi a Juiz de Fora (MG), cidade que foi palco do atentado a faca sofrido por ele, em 2018. A tentativa de homicídio, inclusive, foi um dos temas abordados por Michelle, que foi festejada com gritos de apoiadores. A primeira-dama reagiu à saudação do público com um beijo no presidente.

Bolsonaro, no entanto, falou antes da esposa. Ele começou seu discurso fazendo média com a população de Juiz de Fora, dizendo que também era ‘mineiro’. Logo depois, o candidato lembrou do atentado sofrido em 2018 e agradeceu a equipe médica que o atendeu na Santa Casa de Misericórdia da cidade. Na sequência, mudou o tom e mencionou suas pautas tradicionais, afirmando que o país era roubado pela “esquerdalha que estava no poder”.

“O nosso país não quer mais corrupção. O nosso país quer ordem e prosperidade”, declarou, enquanto o público reagiu com gritos de “Lula ladrão”.

Lula Inácio Lula da Silva 

O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, não ficou para trás e também já iniciou seus atos políticos. Diferente de Bolsonaro, Lula foi mais tímido, apenas divulgou nas redes sociais o primeiro vídeo da campanha. Na peça publicitária, o ex-presidente promete reconstruir o país se eleito e resgata o mote da esperança. Há 20 anos, quando conquistou o Palácio do Planalto após três derrotas, o petista lançou uma das frases que marcaram sua trajetória política, “A esperança venceu o medo”. 

“O Brasil é imenso. Por isso, eu conto com vocês como sempre contei. Onde minhas pernas não puderem me levar, eu andarei pelas pernas de vocês. Onde minha voz não puder chegar, eu falarei pela voz de vocês. Vamos juntos. Nas redes e nas ruas. Falta pouco para a esperança vencer de novo”, afirma Lula no vídeo de estreia.

Ciro Gomes

Ciro Gomes (PDT), outro candidato à Presidência da República, utilizou o primeiro evento de campanha eleitoral para explicar o projeto de renda mínima, inscrito em seu plano de governo, e pedir votos para população de Guaianases, localizada no extremo leste da cidade de São Paulo (SP).

Ao visitar a comunidade, Ciro conversou com apoiadores e visitou pequenos comércios localizados na região. Durante o discurso, o ex-ministro de Estado prometeu que, no caso de ganhar as eleições, toda família com renda de até R$417 receberia uma complementação de até R$1 mil do Governo Federal.

“O programa tem como pretensão erradicar a pobreza no Brasil de uma vez por todas e fazê-lo uma seguridade social, protegendo nosso povo de ameaças, chantagens ou tentativas de suborno que acontecem nas épocas de eleições, como era com o PT e agora é com Bolsonaro”, disse.

O ex-governador do Ceará propõe financiar o benefício com os orçamentos somados que atualmente custeiam transferências como Auxílio Brasil, Benefício de Prestação Continuada (BPC), vale-gás, seguro-desemprego e com a cobrança de um imposto sobre grandes fortunas.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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