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Professora flagrada puxando cabelo de jovem com síndrome de Down é demitida

Última atualização 28/05/2024 | 17:04

A professora Cleonice Aparecida Alessi Glinski, de 61 anos, teve contrato de prestação de serviços cancelado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irati, região central do Paraná, após ter sido flagrada por uma câmera de segurança interna puxando o cabelo de uma aluna com síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma pessoa não verbal, ou seja, incapaz de falar.

A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). A situação está sendo investigada pela Polícia Civil (PC-PR).

A Seed informou que, com o cancelamento do contrato, Cleonice não pode mais atuar na instituição. Isso ocorreu após a apresentação de um protocolo pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) de Irati à Seed.

A professora atuava na Apae de Irati por meio de um Processo Seletivo Simplificado (PSS) do estado, em regime temporário.

A investigação teve início após a família da vítima, uma jovem de 19 anos, receber uma denúncia anônima sobre o incidente. As imagens mostram a aluna fugindo de uma sala de aula, sendo puxada e empurrada de volta pela professora.

Assista ao vídeo:

Defesa de Cleonice

A defesa de Cleonice alega que não houve intenção de maltratar a aluna, apenas de contê-la. Apesar de reconhecer que a forma de contenção pode não ter sido a mais adequada, afirmam que era a única opção possível dada a mobilidade reduzida da professora.

“Cleonice é pedagoga com mais de 26 anos de atuação junto à Apae de Irati, contra quem jamais houve qualquer apontamento negativo que fosse. É esposa, mãe e profissional de conduta irretocável”, diz a defesa em nota.

Choque da família

A família da vítima expressou choque ao ver as imagens e destacou a confiança depositada na instituição para a segurança e bem-estar da filha. O pai ressaltou a importância da escola como um lugar seguro para os alunos e lamentou a necessidade de uma denúncia anônima para que o incidente fosse investigado.

“É uma imagem muito brutal mesmo. Quando você manda seu filho para a escola, você, no mínimo, imagina que ele vai estar seguro lá dentro. Então, a gente ainda está tentando absorver, a gente tá em choque com tudo isso que aconteceu”, disse a mãe da jovem agredida.

A Polícia Civil está conduzindo a investigação e até o momento acredita que se trata de um incidente isolado de maus-tratos. Testemunhas foram ouvidas e Cleonice deve prestar depoimento até o final da semana.