Programa Consultório na Rua sofre paralisação e profissionais denunciam falta de pagamento
De acordo com esses profissionais, as atividades estão paralisadas há uma semana. O serviço atendia a população levando médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos.
Os profissionais do programa Consultório na Rua, voltado para atendimento médico da população em situação de rua em Fortaleza, pararam as atividades. Eles denunciam falta de pagamento dos salários. O programa já atendeu mais de 240 mil pessoas em situação de rua.
De acordo com esses profissionais, as atividades estão paralisadas há uma semana. O serviço atendia a população levando médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse estar trabalhando para solucionar os problemas e afirmou que “deve regularizar a situação em breve.”
Os primeiros a serem prejudicados foram os motoristas das vans e das ambulâncias. Eles relatam que não recebem o salário desde o mês de setembro. Agora, outra parte da equipe multidisciplinar, que fazia parte do Consultório na Rua, também não recebeu o salário do mês de novembro.
A inatividade do serviço aumenta a preocupação de quem vive em situação de vulnerabilidade social, principalmente quando o Ceará vive uma alta de casos de Covid-19. “Tem muitos cantos aí em que o negócio está sério, não está brincadeira. E o último atendimento que a gente tem é o Consultório na Rua, que tem um laço com a gente. A gente conversa, a gente se abre com o psicólogo, com os médicos. Então, quer dizer, é um caminho que a gente não tem direito sobre as políticas públicas”, disse Marcelo Medeiros, coordenador do Movimento da População de Rua.
Até novembro deste ano, foram mais de 240 mil atendimentos a pessoas em situação de rua em Fortaleza. Em maio de 2023, o projeto chegou a ser ampliado, passando de uma para seis equipes. A médica Tais Matos, que fez parte do projeto, analisa o cenário de acolhimento dessas pessoas na rede de saúde.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse estar trabalhando para solucionar os problemas e afirmou que “deve regularizar a situação em breve.” A pasta ainda disse que o programa continua atendendo em unidades fixas nos bairros Jardim Iracema, Papicu, Pici, Dendê, Mondubim e Cajazeiras – das 7h até 19h. Também em nota, o Ministério da Saúde informou que não houve suspensão de verbas e que foram transferidos um total de R$ 2,3 milhões em 2024.