O senador Randolfe Rodrigues protocolou um projeto de lei que tem como objetivo alterar as regras das eleições para o Senado, o que pode dificultar os planos de Bolsonaro para controlar a Casa. A proposta de Randolfe prevê que, em eleições como a de 2026, onde dois senadores são eleitos por cada estado, o eleitor teria direito a apenas um voto para o Senado, e os dois candidatos mais bem votados seriam eleitos.
Atualmente, as regras eleitorais permitem que os eleitores votem em dois nomes para senador por estado a cada oito anos, quando 2/3 do Senado são renovados, elegendo os dois mais votados. Caso o projeto de Randolfe seja aprovado, isso poderia dificultar para Bolsonaro conseguir eleger as duas vagas ao Senado de uma vez em estados conservadores, já que os votos da direita se dividiriam.
Randolfe justifica o seu projeto afirmando que o sistema atual de renovação do Senado sob as regras atuais permite que os três representantes de cada unidade da federação na Casa Alta sejam do mesmo partido, mesmo que mais de um terço dos eleitores tenha uma preferência política diferente. Em um ambiente polarizado, mecanismos que incentivem a diversidade na representação política são essenciais.
O foco de Bolsonaro para as eleições de 2026 é eleger o maior número de senadores possível, visando alcançar a maioria na Casa para aprovar possíveis impeachment de ministros do STF. O presidente também pediu a senadores aliados que priorizem suas reeleições para fortalecer a bancada de direita. Além disso, Bolsonaro planeja lançar seus familiares ao Senado, incluindo Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro.
O projeto de Randolfe surge como uma tentativa de impedir o aumento do controle de Bolsonaro sobre o Senado, alterando as regras eleitorais de forma a evitar a concentração de poder. Enquanto isso, as movimentações políticas visam garantir a representação diversificada no Senado e evitar a polarização extrema no cenário político nacional. Porém, a aprovação do projeto e seus impactos ainda são incertos.