Racha da T-9: Após quase dois meses, PC indicia motoristas e pais deles

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Racha da T-9: Após quase dois meses, PC indicia motoristas e pais deles

Os motoristas que apostaram racha na avenida T-9 e provocaram acidente que levou à morte dois jovens foram indiciados por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e tentativa de três assassinatos. Se condenados, Arthur Yuri, de 18 anos, que conduzia uma BMW, e Eduardo Resende, de 22 anos, à frente de uma caminhonete,  poderão ficar até 30 anos presos. O grupo era formado por sete pessoas.

O inquérito foi concluído pela Polícia Civil após quase dois meses do acidente. A perícia constatou que os jovens dirigiam com velocidade entre 160 e 180 de 160 quilômetros por hora durante racha que começou ao saírem de uma boate no setor Marista, em  Goiânia, por volta das 5 horas. O pai de Arthur será indiciado por fraude processual e a mãe de Eduardo por confiar a direção de veículo à pessoa não habilitada. As investigações apontaram que ele pediu a um dos bombeiros que não incluísse o nome do filho na ocorrência.

“Nós temos comprovados a ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir, o excesso de velocidade, a prática do racha, e, no caso do motorista da BMW, o fato dele estar dirigindo sem possuir a CNH. Ao contrário do que a defesa alegou durante o processo, não havia qualquer irregularidade no asfalto, e o capotamento foi provocado, única e exclusivamente, por essa sucessão de crimes”, explica o delegado adjunto da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (Dict),Thiago Damasceno.

 

Os motoristas chegaram a fugir do local do acidente após a tragédia. Duas pessoas morreram –  a adolescente Marcella Amaral, de 15 anos, e o jovem Wictor Rodrigues, de 20 anos – e uma terceira passageira foi internada no Hospital de Urgências Governador Otávio Lages de Siqueira (Hugol), mas foi liberada no mesmo dia. Alguns órgãos do universitário Wictor – rins, fígado e córneas – foram captados e  beneficiaram cinco pessoas no estado, segundo informações do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). 

Vitimas do racha na T-9: Marcella Amaral, de 15 anos e jovem Wictor Rodrigues, de 20 anos

“Todo mundo falava que o meu filho era uma pessoa solidária, uma pessoa humilde, ajudava as pessoas sem ver quem. Eu senti o coração bem tranquilo que eu poderia agora ajudar um pai e uma mãe com o coração apertado. Eu resolvi doar os órgãos do meu filho para, quem sabe, salvar o filho de um pai e de uma mãe aí”, disse o pai de Wictor, Cleuber Rodrigues, de 47 anos, à época. Ele elogiou o trabalho de apuração policial e afirmou que a expectativa é de bom trabalho por parte do Ministério Público e Poder Judiciário para punir os responsáveis pelo acidente.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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