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Racha da T-9: Após quase dois meses, PC indicia motoristas e pais deles

Última atualização 28/06/2022 | 17:02

Os motoristas que apostaram racha na avenida T-9 e provocaram acidente que levou à morte dois jovens foram indiciados por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e tentativa de três assassinatos. Se condenados, Arthur Yuri, de 18 anos, que conduzia uma BMW, e Eduardo Resende, de 22 anos, à frente de uma caminhonete,  poderão ficar até 30 anos presos. O grupo era formado por sete pessoas.

O inquérito foi concluído pela Polícia Civil após quase dois meses do acidente. A perícia constatou que os jovens dirigiam com velocidade entre 160 e 180 de 160 quilômetros por hora durante racha que começou ao saírem de uma boate no setor Marista, em  Goiânia, por volta das 5 horas. O pai de Arthur será indiciado por fraude processual e a mãe de Eduardo por confiar a direção de veículo à pessoa não habilitada. As investigações apontaram que ele pediu a um dos bombeiros que não incluísse o nome do filho na ocorrência.

“Nós temos comprovados a ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir, o excesso de velocidade, a prática do racha, e, no caso do motorista da BMW, o fato dele estar dirigindo sem possuir a CNH. Ao contrário do que a defesa alegou durante o processo, não havia qualquer irregularidade no asfalto, e o capotamento foi provocado, única e exclusivamente, por essa sucessão de crimes”, explica o delegado adjunto da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (Dict),Thiago Damasceno.

 

Os motoristas chegaram a fugir do local do acidente após a tragédia. Duas pessoas morreram –  a adolescente Marcella Amaral, de 15 anos, e o jovem Wictor Rodrigues, de 20 anos – e uma terceira passageira foi internada no Hospital de Urgências Governador Otávio Lages de Siqueira (Hugol), mas foi liberada no mesmo dia. Alguns órgãos do universitário Wictor – rins, fígado e córneas – foram captados e  beneficiaram cinco pessoas no estado, segundo informações do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). 

Vitimas do racha na T-9: Marcella Amaral, de 15 anos e jovem Wictor Rodrigues, de 20 anos

“Todo mundo falava que o meu filho era uma pessoa solidária, uma pessoa humilde, ajudava as pessoas sem ver quem. Eu senti o coração bem tranquilo que eu poderia agora ajudar um pai e uma mãe com o coração apertado. Eu resolvi doar os órgãos do meu filho para, quem sabe, salvar o filho de um pai e de uma mãe aí”, disse o pai de Wictor, Cleuber Rodrigues, de 47 anos, à época. Ele elogiou o trabalho de apuração policial e afirmou que a expectativa é de bom trabalho por parte do Ministério Público e Poder Judiciário para punir os responsáveis pelo acidente.